Com o aumento dos casos de intoxicação por metanol, o governo brasileiro iniciou uma corrida para garantir o acesso ao fomepizol, medicamento utilizado como antídoto nesses envenenamentos. O remédio não está disponível no mercado nacional, então a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) acionou autoridades internacionais para viabilizar a importação ao Brasil.
Por meio de nota divulgada nesta sexta-feira, 3, a agência informou que foram formalmente notificados os seguintes órgãos:
- ANMAT (Argentina);
- COFEPRIS (México);
- EMA (União Europeia);
- FDA (Estados Unidos);
- Health Canada (Canadá);
- MHLW (Japão);
- MHRA (Reino Unido);
- NMPA (China);
- Swissmedic (Suíça);
- TGA (Austrália).
Além disso, a Anvisa publicou um Edital de Chamamento com o objetivo de identificar as fabricantes e distribuidoras internacionais que tenham disponibilidade imediata de fornecer o medicamento ao Ministério da Saúde.
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O fomepizol é considerado o tratamento de referência contra a intoxicação por metanol, porque age bloqueando a transformação da substância em metabólitos tóxicos, responsáveis por causa danos graves ao sistema nervoso e ao fígado.
Com a falta desse medicamento, os serviços de saúde precisam recorrer a alternativas, como o uso controlado de etanol grau farmacêutico, que pode retardar o efeito do veneno, mas não é tão seguro nem eficaz.
Além da corrida pelo antídoto, a Anvisa mobilizou os laboratórios Lacen/DF, o Laboratório Municipal de São Paulo e o INCQS/Fiocruz para analisar amostras suspeitas de bebidas adulteradas. As fiscalizações em campo já começaram em diferentes estados, em parcerias com a vigilâncias sanitárias locais.
Nos últimos dias, diferentes estados brasileiros registraram suspeitas de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas adulteradas. Diante disso, o Ministério da Saúde instalou uma Sala de Situação nacional para coordenar as ações com Anvisa, vigilâncias sanitárias estaduais e municipais, além de órgãos como Ministério da Justiça e Ministério da Agricultura.