A Corte de Cassação do Barein anulou nesta segunda-feira a condenação a nove anos de prisão pronunciada por um tribunal de apelação contra o chefe da oposição xiita Ali Salmane por “complô contra o regime” e “incitação à desobediência”.

A Corte de Cassação ordenou ao tribunal de apelação que volte a julgar o caso, segundo uma fonte judicial.

A Corte de Cassação não informou se Salmane será libertado à espera do novo julgamento.

No dia 3 de outubro passado a Corte de Cassação havia rejeitado um pedido de libertação.

Ali Salmane, líder do movimento Al Wefaq, havia sido condenado em julho de 2015 a quatro anos de prisão por incitação ao ódio confessional no Bahrein, pequeno reino majoritariamente xiita dirigido por uma dinastia sunita.

Em maio de 2016, o tribunal de apelação aumentou a pena a nove anos após condenar o líder xiita por “complô contra o regime”, acusação descartada em primeira instância.

A detenção de Salmane no fim de dezembro de 2014, que provocou manifestações de protesto, havia sido condenada por organizações de defesa dos direitos humanos e pelos Estados Unidos, principal aliado da monarquia do Bahrein.

Salmane havia sido detido no âmbito de uma campanha de repressão contra o Al Wefaq, principal movimento opositor, finalmente dissolvido em 17 de julho de 2016 por uma decisão judicial que o acusava de “favorecer o terrorismo”.

Em fevereiro de 2011, os deputados do Al Wefaq, que formavam o principal grupo opositor, renunciaram em protesto contra a repressão das manifestações da Primavera Árabe no Bahrein.