13/12/2019 - 13:12
O técnico do Flamengo, Jorge Jesus, pode ter como obstáculo no Mundial de Clubes no Catar um time competitivo que ele próprio ajudou a organizar. O campeão asiático Al-Hilal, da Arábia Saudita, foi o último trabalho do português antes da vinda ao Brasil e joga neste sábado, às 11h (horário de Brasília), no papel de favorito diante do Esperance, da Tunísia, representante da África. Quem vencer será o adversário da equipe rubro-negra na semifinal do torneio, na terça-feira.
O Al-Hilal leva ao Catar um elenco com vários jogadores experientes e alguns deles com boas lembranças pela convivência com Jorge Jesus por sete meses. O português dirigiu o time até janeiro deste ano e conquistou como título a Supercopa Saudita. Um dos autores do gols na vitória por 2 a 1 na decisão foi o meia brasileiro Carlos Eduardo, um fã do trabalho do treinador. O atual treinador é o romeno Razvan Lucescu.
“Infelizmente, o Jorge acabou ficando pouco tempo com a gente, mas com certeza se via um trabalho de muita qualidade, muita intensidade mesmo como se vê, é uma marca dele. Acho que o Flamengo vem demonstrando esse trabalho que ele faz”, disse o jogador ao Estado.
Há quatro anos no clube, Carlos Eduardo é testemunha de um grande crescimento da equipe local. “Temos um time muito forte e equilibrado. Há muitos jogadores experientes aqui, que atuaram em grandes times da Europa, alguns jogaram Copa do Mundo. É um time acostumado com decisões, estamos sempre brigando por títulos na Arábia Saudita e o projeto é sempre chegar forte na Liga dos Campeões asiática, e este ano conseguimos fazer isso e sair campeões.”
O time saudita viaja ao Catar com nomes experientes. O goleador é o francês Gomis, ex-Lyon. Ao lado dele, outro jogador importante é o italiano Giovinco, ex-Juventus. Todos chegaram ao clube graças ao investimento dos milionários donos. “A diretoria aqui busca montar a equipe sempre para disputar títulos, ambiciosa. Acho que isso, inclusive, é o que faz muitos jogadores se interessarem pelo projeto de atuar no Hilal, essa ambição”, afirmou Carlos Eduardo.
O meia não é o único jogador do elenco com conhecimento sobre o Flamengo e o trabalho de Jesus. O colombiano Cuellar deixou o time carioca no meio do ano após três temporadas para se juntar ao Al-Hilal. O atacante peruano André Carillo trabalhou com o técnico português por um ano no Sporting. Todos formam uma espécie de núcleo de espiões. “A gente está conversando muito pouco sobre esse jogo, porque ainda é apenas uma possibilidade. Temos de fazer nossa parte, pensar no Esperance, passar do primeiro jogo”, explicou o brasileiro.
O Al-Hilal tem como inspirações as zebras recentes no Mundial de Clubes. Times como Al-Ain, Kashima Antlers e Raja Casablanca superaram equipes sul-americanas e chegaram à decisão contra potência europeias.
“A gente trabalha pra isso. Vamos respeitar todos os adversários do campeonato, vamos buscar fazer o nosso melhor. Mas claro, assim como todos os que estão na competição, também estamos lá porque conquistamos, então vamos chegar fortes e ambiciosos”, disse Carlos Eduardo.
O time terá como adversário por vaga na semifinal um campeão africano mais acostumado ao torneio. O Esperance Tunis está pela terceira vez no Mundial de Clubes. A equipe tunisiana não tem estrelas. O elenco é formado por reservas da seleção local e mais alguns reforços do próprio futebol africano, como argelinos, nigerianos e marfinenses.
RIVAL DO LIVERPOOL – A outra semifinal do Mundial também será definida neste sábado. A partir das 14h30 (horário de Brasília), o representante local Al-Sadd enfrenta o Monterrey, do México. A equipe da América do Norte aposta em um plantel formado por vários jogadores argentinos para passar pelo time local, comandado pelo técnico espanhol Xavi. Na estreia, o Al-Sadd passou na prorrogação pelo frágil Hienghene, da Nova Caledônia.