O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, disse nesta quinta-feira (7) que os líderes do fórum do G20, cuja cúpula presidirá neste fim de semana em Nova Délhi, deveriam apoiar os países em desenvolvimento na luta contra a mudança climática com mais dinheiro e tecnologia.

Em um cenário de temperaturas recordes e ondas de calor mortais em todo o mundo, cientistas e ativistas climáticos alertaram para as consequências terríveis, especialmente para os países em desenvolvimento, se os líderes do G20 não conseguirem chegar a um consenso.

Modi retratou o seu país como um líder do “Sul Global”, uma ponte entre os países industrializados e os países em desenvolvimento.

“Muitos países do Sul estão em diferentes fases de desenvolvimento e a ação climática deve continuar de forma complementar”, escreveu Modi em um artigo publicado em vários veículos de comunicação indianos e jornais internacionais, em particular no Reino Unido e no Japão.

A nível global, os países ricos ainda não cumpriram a sua promessa de fornecer aos países pobres 100 bilhões de dólares (497 bilhões de reais) por ano em financiamento climático.

O G20 é composto por 19 países e pela União Europeia, que representam 85% da riqueza global e emitem uma quantidade semelhante de emissões de carbono.

“As ambições de ação climática devem ser acompanhadas de ações de financiamento climático e de transferência de tecnologia”, disse Modi.

“Acreditamos que é necessário passar de uma atitude puramente restritiva sobre o que não deve ser feito para uma atitude mais construtiva focada no que pode ser feito para combater a mudança climática”, acrescentou.

Uma reunião dos ministros da Energia do G20, em julho, não conseguiu chegar a acordo sobre um roteiro para a eliminação progressiva do uso de combustíveis fósseis e sequer mencionou o carvão, que continua sendo uma fonte de energia fundamental para economias como Índia e China.

Estes dois gigantes asiáticos estão entre os maiores poluidores do planeta.

O presidente chinês, Xi Jinping, será um dos principais ausentes da cúpula de 9 e 10 de setembro, em um momento de crescentes tensões comerciais e geopolíticas com os Estados Unidos e a Índia, com os quais a China compartilha uma longa e controversa fronteira.

Xi será substituído pelo primeiro-ministro Li Qiang.

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