Depois de dois adiamentos provocados por causa das dificuldades enfrentadas pelo Deportivo Lara para deixar a Venezuela, o Cruzeiro finalmente poderá enfrentar o adversário nesta quarta-feira, às 21h30, no Mineirão, em Belo Horizonte, pela segunda rodada do Grupo B da Copa Libertadores.

Este confronto estava inicialmente marcado para o último dia 13 e chegou a ser reagendado pela Conmebol para o dia 14, mas voltou a ser adiado devido à impossibilidade de o time venezuelano deixar o seu país. E, ao abordar o duelo nesta terça-feira, o lateral Edilson se emocionou ao lembrar da dura situação vivida hoje pelo povo da nação vizinha.

O jogador cruzeirense revelou que chegou até a pensar em iniciativas beneficentes que poderiam ser promovidas para ajudar pessoas da Venezuela, que vê reflexos negativos de sua crise também impactarem os esportistas daquele país.

“Primeiro que, quando foi adiado o jogo, aí fui para casa e fiquei pensando neles, no povo, nos familiares. Fiquei imaginando como a gente poderia de alguma forma ajudar o povo venezuelano. Aí fiquei pensando à noite: ‘Poxa, será que a gente não poderia fazer uma campanha, os jogadores, não só do Cruzeiro, mas de outros times do Brasil, e levar quilos de arroz e feijão? De repente a gente lota o estádio, tem 50 mil pessoas. Ai dá 50 toneladas de alimentos no nosso jogo, aí tem o jogo do Flamengo… A gente fica chateado com a situação”, afirmou o atleta, às lágrimas, em entrevista coletiva.

O lateral explicou que se emocionou com a situação da Venezuela também pelo fato de que recordou as sérias dificuldades financeiras de sua família durante a sua infância antes de vir a se tornar jogador profissional.

“A gente se coloca no lugar. Vim de uma família muito humilde, meu pai faleceu quando eu tinha sete anos, e minha mãe fez tudo para que eu não pudesse passar fome, não faltasse nada em casa. Mas a gente vê não só na Venezuela, mas no próprio Brasil, pessoas com muita dificuldade. Vendo as histórias, os relatos do que está acontecendo Venezuela, que eles não têm água, não têm o próprio alimento. Nosso país, nosso futebol é tão grande, gigante, que a gente pode ajudar uma causa tão grande, tão nobre pela situação que eles estão passando”, enfatizou.

Edilson também acredita que os países sul-americanos poderiam tentar juntar forças para auxiliar os venezuelanos. “Futebol é tão grande, que a gente pudesse nos unir, não só o Brasil, a Argentina, outros países, para que a gente pudesse ajudar o país, nosso coirmão, que está passando por um momento muito difícil”, ressaltou.

O Cruzeiro iniciou a sua campanha na Libertadores no último dia 7 de março, quando venceu o Huracán por 1 a 0, na Argentina. Por causa do resultado e do empate por 0 a 0 entre Deportivo Lara e Emelec no outro jogo da primeira rodada do Grupo B, o time mineiro largou na frente nesta chave, que também teve outra igualdade entre Emelec e Huracán no dia 14, no Equador. Com isso, os cruzeirenses poderão abrir quatro pontos de vantagem sobre a equipe equatoriana, atual vice-líder do grupo, em caso de uma vitória nesta quarta-feira no Mineirão.