Atualização segunda (30/5), 12h30: Mânica, acusado de ser um dos mandantes da chacina, foi condenado a 64 anos de prisão, em regime fechado. Ele poderá recorrer em liberdade.

Auditores fiscais esperam que, 18 anos depois, o fazendeiro Antério Mânica seja condenado pelo crime conhecido como Chacina de Unaí (MG), quando quatro funcionários do Ministério do Trabalho e Emprego foram brutalmente assassinados na zona rural da cidade. Mânica será novamente julgado hoje, pelo Tribunal do Júri da Justiça Federal em Belo Horizonte.

“Não há mais espaço para recursos procrastinatórios após 18 anos em que o caso se arrasta e a impunidade prevalece. Todos precisam cumprir as penas estabelecidas numa demonstração exemplar de punição dos culpados”, afirma à Coluna Rosa Jorge, diretora do Sindicato dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait).

Mânica foi julgado em 2015 e condenado a 100 anos de prisão, mas teve a sentença anulada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região em 2018, o que lhe deu direito a novo julgamento. Por 2 votos a 1, os desembargadores acolheram o argumento dos advogados de Mânica, que alegou fragilidade de provas apresentadas no processo. Basearam-se em confissão de um irmão de Mânica, Norberto, que assinou carta confissão sobre ser o mandante.

A defesa dos fiscais recorreu, apresentou versão de que a confissão foi uma clara tentativa de isentar Antério e influenciar o resultado do julgamento, e ganhar mais tempo.