Rio – Jorge e Magali, um casal de Tapirus terrestres, ou apenas antas, nasceram dentro do Jardim Zoológico do Rio de Janeiro, em São Cristóvão, Zona Norte da cidade. Maior mamífero terrestre do Brasil, a espécie foi considerada extinta na natureza no Estado do Rio. O último registro do animal em seu habitat natural é do longínquo ano de 1914.
Para ajudar a mudar essa realidade, um projeto apoiado pela Prefeitura, o Refauna, está reintroduzindo antas na Mata Atlântica. Nesta quinta-feira, 8 de agosto, após um período de estudos e testes de seis meses, Magali e Jorge foram soltos na Reserva Ecológica de Guapiaçu, em Cachoeiras de Macacu (Regua), uma área de proteção ambiental de 6,6 mil hectares.

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O Refauna é um projeto da UFRJ, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), com apoio do RioZoo, Instituto Conhecer para Conservar, Inea e Ibama

Paulo Sergio/ Prefeitura do Rio


A reintrodução na natureza de um animal ameaçado de extinção é um momento muito importante para o meio ambiente e para a sociedade.

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Casal agora faz companhia na floresta a Flora, Júpiter, Eva, Valente e Floquinho, antas que foram reintroduzidas na área por meio do projeto

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Jorge e Magali, um casal de Tapirus terrestres, ou apenas antas, nasceram dentro do Jardim Zoológico do Rio de Janeiro, em São Cristóvão, Zona Norte da cidade

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Para evitar a caça e conscientizar a população do entorno sobre a presença dos bichos, o projeto fez um trabalho de educação ambiental com os moradores da região

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Antas são equipadas com um colar com GPS e rádio transmissor, brinco de identificação e microchip subcutâneo, equipamentos para monitoramento dos animais

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O casal agora faz companhia na floresta a Flora, Júpiter, Eva, Valente e Floquinho, antas que foram reintroduzidas na área por meio do projeto. Na semana que vem, mais dois exemplares, oriundos de Sorocaba, serão soltos na mata. Em seguida, será a vez de Aluísio, irmão de Jorge e Magali que ainda vive no Zoológico do Rio.

“A reintrodução na natureza de um animal ameaçado de extinção é um momento muito importante para o meio ambiente e para a sociedade. E o zoológico cumpre um importante papel nesse processo. A função do Zoológico do Rio, por meio da Fundação RioZoo, é também esse tipo de atividade, de soltura e de estímulo à reprodução de animais que estão em extinção. O zoológico não é só para exposição de animais, mas tem que defender também a conservação das espécies animais. A soltura dessas antas é um momento histórico”, afirma Suzane Rizzo, presidente da Fundação RioZoo.

Iniciado em 2017, o Refauna é um projeto da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ) e do Instituto Federal do Rio de Janeiro (IFRJ), com apoio da Fundação RioZoo, Instituto Conhecer para Conservar, Inea e Ibama. O objetivo da iniciativa é reintroduzir espécies animais nativas da floresta do Parque Nacional da Tijuca, a fim de restaurar a fauna e as interações ecológicas locais.

Antas são inteligentes e podem chegar a 300 quilos

No caso das antas, por serem um animal de grande porte e precisarem de muito espaço para viver, o local escolhido para soltura dos animais foi a Reserva Ecológica de Guapiaçu, área de proteção que e se conecta com o Parque Estadual dos Três Picos, que possui 65 mil hectares.

Para ter uma dimensão do tamanho, o Parque Nacional da Tijuca, que fica dentro do município do Rio, tem 4 mil hectares. Ali já foram reintroduzidos cotias e bugios (uma espécie de macaco). A próxima etapa será a soltura de jabutis. As três espécies são consideradas mamíferos de médio e pequeno porte, enquanto as antas podem chegar a até 300 quilos, as fêmeas, e 200 quilos, os machos. A espécie é solitária e mansa e, ao contrário da fama popular, é considerada inteligente pelos biólogos.

Magali, de 5 anos, e Jorge, de 3, chegaram há cerca de um mês na reserva ecológica. O casal é filho de Sebastião e Pedrita, que vivem no Zoológico do Rio desde a década passada. Aluísio, que em breve irá para Cachoeira de Macacu, tem 7 anos. A expectativa de vida das antas é de 30 anos. Jorge e Aluísio foram batizados em homenagem aos seus tratadores no Zoológico do Rio. Magali, não é difícil adivinhar o porquê: seu nome é homenagem à comilona personagem da Turma da Mônica.

Antas são conhecidas como ‘jardineiras das florestas’

As antas são equipadas com um colar com GPS e rádio transmissor, brinco de identificação e microchip subcutâneo, equipamentos que possibilitam o monitoramento dos animais. Para evitar a caça e conscientizar a população do entorno sobre a presença dos bichos, o projeto fez um trabalho de educação ambiental com os moradores da região.

“Antes de serem soltas na mata, as antas passam por um período de aclimatação num cercado de um hectare dentro da reserva, onde se acostumam com o clima e a nova dieta. As antas são animais herbívoros, que comem folhas e frutos, contribuindo para espalhar sementes pela mata. Por isso, são conhecidas como jardineiras das florestas”, explica Maron Galliez, professor do IFRJ e um dos coordenadores do Refauna.