Centenas de pessoas se reuniram em Annecy, nos Alpes Franceses, neste domingo (11), para homenagear as pessoas que intervieram para deter o refugiado sírio que esfaqueou seis pessoas, incluindo quatro crianças.

Sob um sol radiante, no mesmo parque onde aconteceu o ataque na quinta-feira, as pessoas depositavam flores. Em um banco próximo, alguém escreveu o nome dos menores feridos, dentro de um coração.

“É um forte sinal da nossa união e solidariedade nos encontrarmos aqui juntos”, disse o prefeito da cidade, François Astorg.

“Estamos juntos. Vamos enfrentar isso juntos”, acrescentou, ao homenagear aqueles que “agiram com coragem e profissionalismo” contra o agressor até que ele fosse contido pela polícia.

Entre os homenageados estão dois agentes municipais que tentaram detê-lo com pás, um jovem que aluga pequenas embarcações e um professor de matemática. Um turista também tentou persegui-lo, e uma cuidadora infantil correu para verificar como estavam as crianças feridas.

O presidente francês, Emmanuel Macron, e outras autoridades do país destacaram as intervenções dessas pessoas que permitiram “salvar vidas humanas”, nas palavras da procuradora Line Bonnet-Mathis.

O refugiado sírio detido pelo ataque, Abdalmasih H., foi acusado de “tentativa de homicídio”, informou a procuradora.

O acusado, que teria em torno de 30 anos, “não quis se expressar” nem durante as primeiras 48 horas de sua detenção, nem diante dos dois juízes instrutores, declarou a procuradora no sábado (10).

Ele foi submetido a uma avaliação psiquiátrica na sexta-feira, a qual determinou que seu estado é “compatível” com a detenção. De acordo com Bonnet-Mathis, é prematuro, no entanto, fazer um diagnóstico, ou descartar uma patologia psiquiátrica.

As vidas das vítimas deste ataque, que ocorreu na quinta-feira em uma pacata localidade à beira de um lago, não estão mais em perigo.

No incidente, quatro crianças, com idades entre 22 meses e três anos, e dois adultos ficaram feridos.

Abdalmasih H. cumpriu serviço militar obrigatório na Síria antes de fugir do país, em 2011, por causa da guerra civil. Depois de passar por Turquia e Grécia, chegou à Suécia, disse à AFP sua mãe, que mora nos Estados Unidos há uma década.

O agressor é cristão, tem uma filha de três anos e se divorciou em 2022 após vários anos de convivência familiar na Suécia. Sua ex-esposa é uma refugiada síria que, ao contrário dele, conseguiu obter a nacionalidade sueca.

De acordo com as autoridades francesas, Abdalmasih H. obteve o “status” de refugiado na Suécia em 2013 e poderia viajar legalmente para a França. Desde 2017, tentou em vão obter a nacionalidade sueca, segundo o gabinete de imigração do país escandinavo.

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