ROMA, 12 JUN (ANSA) – Há exatamente 90 anos, na cidade de Frankfurt, na Alemanha, nascia Anne Frank, a adolescente de origem judaica morta na Segunda Guerra Mundial que ficou popularmente conhecida por ter escrito um dos documentos mais importantes da perseguição dos nazistas aos judeus, o “Diário de Anne Frank”. A data está sendo celebrada com diversas exposições. Em uma delas, O Google, em parceria com a Fundação Anne Frank, lançou hoje (12) uma mostra online que possibilita o público ver bem de perto a casa onde a adolescente viveu, em Amsterdã, na Holanda.   

Com a tecnologia Street View, é possível ver todos os cômodos da residência, até o quarto que a jovem dividia com a irmã, Margot.   

A exposição também mostra fotos, vídeos e documentos sobre Frank.   

Já o jornal alemão “Bild”, publicou nesta quarta-feira (12) uma entrevista com Jacqueline van Maarsen, a melhor amiga de Frank em Amsterdã.   

Atualmente com 90 anos de idade, Maarsen destacou a “alegria” da jovem e disse não ter sido fácil ser amiga de Frank.   

“Não foi fácil ser sua amiga. Anne era a mais extrovertida de nós, eu a mais silenciosa. Ela explodia de alegria pela vida”, contou Maarsen, que conheceu a autora do “Diário de Anne Frank” em uma escola judaica em 1941.   

Maarsen também lembrou que as meninas brincavam com o jogo de tabuleiro Monopoly e “Anne queria que eu [Maarsen] não jogasse com ninguém além dela”.   

“Ela sabia que os alemães não a queriam como judia e uma vez me disse: ‘Eu pessoalmente perguntarei à rainha se ela pode me tornar holandesa'”, revelou a amiga de Frank.   

Já sobre o famoso diário da amiga, Maarsen afirmou que “ela estava apenas escrevendo sua própria história, a história de uma jovem”. No entanto, “sabemos que foi a história do mundo que ela documentou”.   

A adolescente judia morreu no campo de concentração de Bergen-Belsen, em fevereiro de 1945, aos 15 anos de idade. A última anotação de Frank em seu diário foi no dia 1º de agosto de 1944, três dias antes dos nazistas descobrirem seu esconderijo e prenderem a família da jovem. Maarsen, por sua vez, sobreviveu à guerra por ter um pai judeu e uma mãe católica.   

Já no Brasil, a data foi relembrada com um evento no Memorial da Imigração Judaica e do Holocausto, em São Paulo. A holandesa Nanette Blitz Konig, que foi colega de classe de Frank em Amsterdã, foi homenageada. Segundo ela, a jovem “era muito inteligente e gostava de escrever”.   

Na Itália, o dia foi celebrado em Veneza com uma leitura pública de algumas páginas do famoso diário de Frank, que já vendeu milhões de exemplares desde 1947, ano que foi lançado.(ANSA)