O Planalto avalia que o PL da Anistia, nas condições políticas atuais, terá a urgência de votação aprovada na Câmara e tem maioria simples para ser aprovado.
A leitura do Palácio do Planalto é que a oposição terá as assinaturas necessárias para pautar a urgência, condição que Hugo Motta impôs aos bolsonaristas para dar seguimento à tramitação.
A estratégia do governo será fazer o enfrentamento político na Câmara, mas de olho no Senado, onde considera que é possível vencer os bolsonaristas.
A oposição não tem maioria simples no Senado, onde sofreu derrota, por exemplo, quando tentou eleger Rogério Marinho contra Rodrigo Pacheco, em 2023.
A aprovação de uma lei de anistia não significaria que o ex-presidente estaria habilitado a concorrer. A ação que tornou Bolsonaro inelegível não é a da tentativa de golpe, mas uma anterior, sobre abuso do poder político na reunião que ele realizou com embaixadores estrangeiros para falar mal do sistema eleitoral brasileiro.
A pauta da anistia empolga muito mais os políticos do que a sociedade. Neste final de semana, convocada por líderes como Guilherme Boulos, a manifestação contra a anistia teve um público pequeno, menor ainda que o protesto convocado por Bolsonaro, no Rio de Janeiro, no dia 16 de março.
Em pesquisa feita em dezembro, o Datafolha apurou que 62% dos brasileiros são contra a anistia, contra 33% que são favoráveis. Nesta quarta-feira, 2, a Quaest apresentará o resultado de seu novo levantamento, feito no último fim de semana, que deve apresentar a opinião dos brasileiros sobre a tentativa de golpe e a anistia.