SÃO PAULO, 14 NOV (ANSA) – A Anistia Internacional divulgou nesta quarta-feira (14) um relatório em que sugere a criação de uma comissão independente para acompanhar a investigação sobre a morte da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, assassinados no último mês de março, no Rio de Janeiro.   

A entidade apresentou um balanço sobre as poucas informações já descobertas sobre o crime, que completa oito meses nesta quarta-feira (14). O texto classifica o caso como um “labirinto” e pede que um grupo de juristas, peritos e especialistas em investigação criminal conduzam um inquérito paralelo, sem interferência do Estado.   

” O fato de as investigações terem se iniciado há oito meses não impede que uma comissão seja criada hoje, e identificar se nesse passado investigativo houve negligências, fraudes, interferências indevidas ou se linhas investigativas não foram seguidas”, afirmou Renata Neder, coordenadora de pesquisa da Anistia Internacional. “A impressão que tenho é que estamos enxugando gelo. Todo mês são as mesmas perguntas sem respostas”, disse o pai da vereadora, Antonio Silva, que participou do anúncio. A Anistia ainda apontou 16 perguntas que seguem sem resposta sobre o caso, como qual foi a origem das armas usadas no crime, quem é o mandante e o qual foi o trajeto dos carros dos criminosos.   

Caso Marielle – Marielle Franco foi assassinada com quatro tiros na cabeça e seu motorista Anderson Gomes, atingido por três balas. Eles estavam saindo de um evento político-cultural, no bairro de Estácio, no centro do Rio de Janeiro, quando foram mortos, em 14 de março deste ano.   

Câmeras de segurança flagraram os carros e os suspeitos. Porém, as investigações ainda não foram concluídas. Em agosto, o ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, reconheceu que “agentes do Estado” e “políticos” estão envolvidos no crime.Também admitiu dificuldades nas apurações.   

Em julho, a Delegacia de Homicídios (DH) do Rio de Janeiro chegou a prender dois suspeitos. Segundo a polícia, os dois integravam o bando de Orlando Oliveira Araújo, conhecido como Orlando de Curicica, miliciano que está preso na penitenciária federal de Mossoró. (ANSA)