A Anistia Internacional pediu nesta terça-feira que o Tribunal Penal Internacional (TPI) investigue possíveis crimes de guerra cometidos em agosto por forças de Israel e militantes palestinos durante combates sangrentos em Gaza.
O conflito, de três dias, custou a vida de 31 civis entre os 49 palestinos mortos na Faixa de Gaza, sob bloqueio israelense, segundo um novo relatório da entidade de direitos humanos, que pediu ao TPI “investigar com urgência qualquer aparente crime de guerra cometido durante a ofensiva israelense de agosto de 2022” no enclave palestino.
“A Anistia Internacional colheu e analisou novas evidências de ataques ilegais, incluindo possíveis crimes de guerra, cometidos tanto por forças israelenses quanto por grupos armados palestinos”, assinalou a entidade.
O relatório detalha um ataque ao campo de refugiados de Jabalia, norte de Gaza, no qual sete civis foram mortos. O bombardeio “pode ter sido causado por um foguete lançado por grupos armados palestinos que falhou”, apontou a Anistia.
Os combates começaram em 5 de agosto, quando Israel atacou preventivamente o grupo militante Jihad Islâmica, para evitar ataques. O grupo palestino respondeu com foguetes que não causaram baixas entre os israelenses.
A investigação da Anistia apontou que um ataque no qual cinco crianças morreram em um cemitério “teria sido realizado por um míssil israelense guiado disparado por um drone”.
Um terceiro incidente que poderia constituir um crime de guerra, segundo a Anistia, foi o disparo de um tanque israelense contra uma casa na zona sul de Khan Yunis, que deixou um civil morto.
O TPI abriu uma investigação sobre o conflito entre israelenses e palestinos que deve se concentrar, em parte, nos possíveis crimes de guerra cometidos durante o conflito de 2014 em Gaza. A investigação é apoiada pela Autoridade Palestina, mas Israel não é membro do TPI e rejeita a sua jurisdição.
A violência de agosto foi precedida por quatro guerras entre Israel e militantes palestinos em Gaza desde 2008. O enclave palestino enfrenta um bloqueio imposto por Israel em 2007, depois que o movimento islamita Hamas assumiu o controle daquele território. Segundo o movimento, seus militantes não estiveram envolvidos no conflito de agosto.