A Anistia Internacional declarou, nesta terça-feria (1º), dois advogados de direitos humanos e um pastor evangélico presos em maio e acusados de vários crimes como “prisioneiros de consciência” em El Salvador.
Os advogados são Ruth López, chefe da unidade anticorrupção da ONG Cristosal, e Alejandro Henríquez, enquanto o pastor é o ambientalista e líder camponês José Ángel Pérez.
“Essas prisões não são incidentes isolados. Fazem parte de um padrão sistemático de criminalização que busca silenciar aqueles que denunciam abusos, exigem justiça e transparência na administração pública”, afirmou a Anistia Internacional em um comunicado na rede X.
As prisões, segundo a Anistia Internacional, “se intensificaram sob o estado de exceção” implementado pelo presidente Nayib Bukele para combater as gangues desde março de 2022.
“Ruth, Alejandro e José Ángel foram declarados prisioneiros de consciência pela Anistia Internacional”, acrescentou.
Como ativista do Cristosal, López investigou supostos casos de corrupção no governo Bukele, criticou duramente sua política de segurança e auxiliou 252 venezuelanos deportados pelos Estados Unidos e presos em uma prisão de segurança máxima em El Salvador.
López foi presa em casa em 18 de maio sob a acusação de suposto enriquecimento ilícito, enquanto Henríquez e Pérez foram presos após participarem de uma manifestação camponesa em 12 de maio.
“Exigimos sua libertação imediata e incondicional e o fim da perseguição aos defensores dos direitos humanos em El Salvador”, enfatizou a Anistia.
O advogado constitucionalista Enrique Anaya, outro crítico ferrenho de Bukele, também está preso desde 7 de junho. Anaya é acusado pelo Ministério Público de suposta lavagem de dinheiro.
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