O prefeito Bruno Covas (PSDB) anunciou nesta segunda-feira, 10, o início das obras de revitalização do Vale do Anhangabaú, na região central de São Paulo, que vai receber cafés, floriculturas e áreas verdes. A meta é entregar o espaço reformado em junho do próximo ano e o investimento será de R$ 80 milhões. A manutenção deve ser realizada pela iniciativa privada.

O projeto de revitalização do local começou a ser elaborado em 2013, na gestão Fernando Haddad (PT). Em 2014, bancos, decks de madeira, paraciclos e áreas para atividades culturais chegaram a ser instalados na região. A previsão inicial era de que as obras custariam R$ 100 milhões e teriam início em 2016. A verba teria recursos da Operação Urbana Centro.

“O projeto vem da administração passada e não tinha sentido jogá-lo no lixo. O objetivo é que o Anhangabaú deixe de ser um espaço de passagem e se torne um ambiente de convivência. Vamos melhorar a acessibilidade e a iluminação com foco no pedestre para que as pessoas se apropriem desse espaço de manifestação cultural e política”, diz Covas. O projeto prevê a instalação de 850 pontos de jatos d’água, que poderão ser utilizados como fontes luminosas e se tornar uma atração no espaço.

A realização de shows e eventos e a circulação de pedestres serão mantidas durante as obras. “Não faremos o fechamento total. A obra será em etapas”, afirma o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano, Fernando Chucre. Segundo ele, este é um dos 34 projetos do programa de requalificação do centro, que envolve ainda a recuperação dos calçadões do Triângulo Histórico – que compreende as Ruas Benjamin Constant, Boa Vista e Líbero Badaró, revitalização do Largo do Arouche, criação dos Parques Augusta e Minhocão, assim como o Projeto de Intervenção Urbana (PIU) Setor Central.

Nos próximos meses, a Prefeitura vai debater como será realizada a manutenção após a conclusão das obras. “Estamos estudando quais os modelos de concessão que poderiam ser adotados, considerando que ele pode ser utilizado para a realização de eventos, tem 13 pequenas edificações que podem ser exploradas comercialmente e, no entorno, tem uma série de equipamentos públicos que poderiam ser concedidos”, afirma Chucre.

Profissionais que atuam com bancas de jornal estão preocupados com o andamento das obras e possíveis transtornos. Eles relatam que as obras tiveram início na semana passada.

Nesta segunda-feira, britadeiras e escavadeiras já estavam sendo utilizadas no local. “Não é só a questão do barulho, mas o tanto que vai demorar. Para a região, a obra pode ser boa. Não sei se vai ser para mim”, diz a proprietária da Banca Anhangabaú Iva Rabelo.

Skatistas também têm dúvidas sobre a proposta. “A gente quer que mantenham as características e façam obras para melhorar, porque o Anhangabaú representa muito para a história do skate”, afirma o esportista profissional Murilo Romão, de 30 anos.

Já o analista de redes Frank Henrique Tibúrcio, de 27 anos, aprovou. “Gosto dessa área. Já melhorou bastante nos últimos dois anos, porque era uma região muito largada. Estava precisando de uma obra.”

Governo

Em nota, a Prefeitura informou que a proposta foi elaborada com base em debates com diferentes segmentos da sociedade e várias atividades poderão ocorrer simultaneamente, incluindo a prática de skate. “A requalificação do Vale envolve a criação de um espaço de 787 m² voltado inteiramente para a prática de skate, com obstáculos e percurso para o desenvolvimento do esporte.”

Sobre o prazo para conclusão das obras, a SPObras informou que os trabalhos se encerrarão em junho de 2020. E a partir desta quinta-feira serão iniciadas conversas com comerciantes e donos de bancas de jornal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.