Coluna: Mineração S.A.

Com 10 anos na área de mineração, Gabriel Guimarães é advogado especialista do setor mineral, com atuação em empresas nacionais e estrangeiras.Também com 10 anos de atuação no setor, Eduardo Couto é presidente da Comissão Especial de Direito Minerário da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), vice-presidente jurídico e institucional do Grupo Cedro Participações e conselheiro do Sindicato da Indústria Mineral do Estado de Minas Gerais (Sindiextra).

Anglo American emite comunicado sobre acordo de venda de negócio de níquel no Brasil

Reuters
Logo da Anglo American Foto: Reuters

Na última terça feira (18-02-2025), a Anglo American emitiu comunicado com informações sobre o acordo de venda de seu negócio de níquel no Brasil estabelecido com a MMG Singapore Resources Pte. Ltd., empresa subsidiária da MMG Limited (MMG). O valor total do acordo pode atingir a cifra de US$ 500 milhões, envolvendo 4 empreendimentos minerários, sendo que dois deles estão em fase de desenvolvimento e os outros dois estão em fase operacional, com produção de ferroníquel.

Os empreendimentos operacionais estão situados no estado de Goiás, e os projetos minerais em desenvolvimento estão situados no Mato Grosso e no Pará. O acordo prevê o pagamento em fases, sendo o valor mais expressivo no início, com a conclusão do negócio, no valor de U$S 350 milhões; a segunda parcela pode chegar a até U$S 100 milhões e está vinculada ao preço do níquel; e, a parcela final de até U$S 50 milhões depende do objetivo de prosseguir com o desenvolvimento futuro dos projetos minerais.

O Presidente da Companhia, Duncan Wanblad, destacou importantes características do negócio: “a venda do nosso negócio de níquel, após um processo altamente competitivo, marca mais um importante passo rumo à simplificação do nosso portfólio, para a criação de uma empresa mais valiosa, focada em cobre, minério de ferro premium e nutrientes agrícolas. Com o acordo de hoje, juntamente com a venda da unidade de carvão metalúrgico na Austrália, assinada em novembro de 2024, esperamos gerar um valor total para o caixa da empresa de até US$ 5,3 bilhões, refletindo a alta qualidade dos nossos negócios de carvão metalúrgico e níquel.

A mineradora MMG é respeitada por suas operações seguras e responsáveis, e nós acreditamos que nosso acordo representa uma grande realização, não somente para os nossos acionistas, mas também para nossos empregados e a sociedade brasileira. Trabalharemos juntos para garantir uma transição bem-sucedida.”

Os produtos gerados pelo negócio de níquel da Anglo possuem vocação para atendimento das cadeias de valor no aço inoxidável e também de baterias. Os empreendimentos operacionais objeto do acordo contemplam as minas e as plantas de processamento de ferroníquel de Barro Alto e Niquelândia, em Goiás, cuja soma da produção em 2024 alcançou o volume de 39.400 toneladas.

Os projetos não operacionais, objeto do acordo, englobam os ativos situados no Pará e em Mato Grosso. O projeto localizado no Mato Grosso, denominado por Morro Sem Boné possui um potencial de 65 milhões de toneladas; e, o projeto localizado no Pará, denominado por Jacaré, dispões de volume de aproximadamente de 300 milhões de toneladas de recursos minerais.

A transparência na condução do processo foi destacada pelo Diretor Regional da Anglo American, Ruben Fernandes: “todo o processo de seleção foi feito de forma transparente e rigorosa, buscando um comprador responsável. Agora, esperamos que as operações de níquel sigam sua trajetória de sucesso e desenvolvimento regional.”

A Presidente da Anglo American no Brasil, Ana Sanches, apresentou sua compreensão sobre o negócio e suas consequências, bem como a abordagem da empresa nas diferentes etapas do negócio: “Para os próximos meses, seguiremos trabalhando em uma transição tranquila para todas as partes envolvidas, mantendo o cuidado com as pessoas e tendo a segurança sempre em primeiro lugar. A MMG receberá da Anglo American mais que um negócio de ferroníquel. Trata-se de um legado de mais de 40 anos de história em Goiás, promovendo o desenvolvimento sustentável das regiões que nos acolhem”.