Consultada pelo Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado), a Anfavea, entidade que representa a indústria de veículos, esclareceu que os estoques de veículos nos pátios de montadoras e concessionárias caíram para o nível mais baixo da série estatística que acompanha o indicador desde 1999. Portanto, o nível atual é o menor, tanto em volume quanto em giro, em pelo menos 22 anos, e não dos últimos 20 anos como informado mais cedo nos dados de julho anunciados pela associação.

Segundo a Anfavea, o volume de veículos em estoque nos pátios de montadoras e concessionárias caiu de 93 mil para 85,1 mil unidades de junho para julho. O total é hoje suficiente para 15 dias de venda, menos do que os 16 dias de um mês atrás.

Na apresentação do balanço de julho, o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, considerou que a indústria deve seguir operando com estoques justos até o abastecimento de semicondutores, cuja escassez global vem paralisando montadoras, ser normalizado. A expectativa é que isso não ocorra antes do fim do primeiro semestre de 2022.

“Não vejo, em curto espaço de tempo, alteração substancial dos estoques”, afirmou Moraes.

O presidente da Anfavea também apresentou nesta sexta dados comparativos que mostram desvio de consumo ao mercado de carros usados, em razão dos aumentos de preços, dada a pressão de custos decorrente de reajustes de materiais como o aço, e da falta de modelos nas revendas. “Temos uma pressão de custo enorme, um mercado em recuperação, mas com falta de produção. São desafios ao setor automotivo.”

Comprometida pelas limitações de oferta, a média diária de vendas de veículos em julho, de 8 mil unidades, caiu ao menor nível em um ano.