O apresentador Otaviano Costa, 51 anos, pegou os seus seguidores  de surpresa ao revelar, nesta segunda-feira, 22, que foi submetido a uma cirurgia para retirada de um aneurisma de aorta. Em seu perfil no Instagram, ele contou que o procedimento aconteceu no último dia 10 de julho e durou sete horas.

O site IstoÉ Gente conversou com o *Dr. Paulo Eduardo Costa Saraiva, cardiologista do Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim (CEJAM), em São Paulo, para entender o que é um aneurisma da aorta, seus riscos, como diagnosticar e o tratamento.

De acordo com o especialista, o aneurisma da aorta é uma alteração que ocorre na parede do vaso sanguíneo, cuja causa pode ter diversas razões, sendo decorrentes ou não de doenças.

“A característica principal é o alargamento desta artéria que, em casos extremos, pode até mesmo romper, resultando em alta taxa de mortalidade”, alertou o médico, destacando que existe uma diferença entre o aneurisma cerebral e o de aorta.

“O aneurisma cerebral é o mais falado por trazer graves repercussões ao paciente. Na realidade, o que ocorre é que a dilatação causada pelo aneurisma pode se romper, ocasionando um quadro de acidente vascular hemorrágico (AVH), ou derrame, como é popularmente conhecido. Apesar de ambas serem patologias graves, os aneurismas da aorta torácica, como o do apresentador Otaviano, são mais fáceis de diagnosticar, pois estão inclusos nos exames de rotina preconizados pela cardiologia. Um simples exame de ecocardiograma consegue detectar e dar seguimento ao tratamento”, tranquiliza o médico.

Como todo problema de saúde, o Dr. Paulo Eduardo enfatiza que a prevenção e o diagnóstico são sempre importantes para o sucesso na recuperação do paciente.

“O aneurisma mais comum, que é difícil de ser detectado por não apresentar sintomas, é o abdominal. Assim como em outros locais onde ocorrem aneurismas, na grande maioria das vezes são doenças assintomáticas, o que dificulta o diagnóstico antes da ocorrência de eventos graves da doença”, observa ele.

“Podemos evitar a formação de aneurismas basicamente seguindo a receita que usamos na cardiologia: manter atividade física, evitar tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas, manter valores adequados de colesterol e diabetes. Além disso, existe um grupo de pacientes que tem o fator hereditário como marcador para essa doença”, alerta o especialista.

Cirurgia

Ainda no quarto do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, com curativo no peito, Otaviano Costa gravou um vídeo em que confessou o receio de não voltar a ver sua família, já que a cirurgia foi grande e invasiva.

“A cirurgia de aneurisma ainda é feita pelo método tradicional nos dias de hoje, a qual nos referimos como ‘peito aberto’. Nela, é feita a colocação de um tubo sintético (endoprótese) que substitui o vaso acometido. É uma cirurgia de grande porte que tem duração média de 5 a 8 horas e, durante esse tempo, o paciente é colocado em circulação extracorpórea para a realização do procedimento.

Pós-operatório

O cardiologista Dr. Paulo Eduardo Costa Saraiva explica, ainda, que após o procedimento, o paciente deverá fazer acompanhamento por no mínimo 2 meses com repouso adequado. 

“Após esse período, ele será liberado para suas atividades laborais e físicas. O seguimento do atendimento médico ocorrerá a cada seis meses para pacientes de baixo risco e a cada três meses para aqueles de risco intermediário ou alto, dependendo das doenças de base”, disse.

*Dr. Paulo Eduardo Costa Saraiva é cardiologista do CEJAM – Centro de Estudos e Pesquisas Dr. João Amorim, em Mogi das Cruzes/SP, e membro da Sociedade Paulista de Cardiologia. CRM: 129840