VATICANO, 21 ABR (ANSA) – A destruição do “anel do pescador”, símbolo oficial do papado, marca o início da sede vacante, período em que a Igreja Católica não tem um líder.
O cardeal camerlengo, após a morte de um papa, retira-o do dedo do pontífice falecido e o quebra na presença de representantes do colégio cardinalício, simbolizando o fim do pontificado.
Nos séculos passados, o anel do pescador era usado para selar documentos papais, e sua destruição evitava que fosse utilizado indevidamente.
O objeto é feito especificamente para cada novo pontífice e, geralmente, é de ouro e carrega o nome do papa em questão, além da imagem de São Pedro jogando uma rede de pesca na água.
Chama-se “do pescador” porque Pedro, o apóstolo pescador, crendo na palavra de Jesus, lança as redes e realiza a pesca milagrosa. Ainda hoje, a Igreja e os sucessores dos apóstolos são chamados a “avançar para águas mais profundas” e lançar as redes para conquistar almas para o Evangelho.
Mas o papa Francisco modificou a tradição: optou por um anel de prata dourada e, em vez das redes, escolheu as chaves de São Pedro como símbolo. Seu anel foi obra do artista italiano Enrico Manfrini, falecido em 2004. Originalmente, a peça havia sido esculpida em cera para Paulo VI, dois anos antes da morte do então pontífice, ocorrida em 1978. Em 1988, foi fundida em prata dourada para sua preservação.
O anel ficou sob a guarda do secretário de Paulo VI, Pasquale Macchi, e depois do monsenhor Ettore Malnati. A sugestão para que Jorge Bergoglio o adotasse partiu do cardeal Giovanni Battista Re, hoje decano do colégio cardinalício.
O novo anel do pescador também marcará a solene celebração de início do próximo pontificado: o cardeal decano o colocará no dedo anelar da mão direita do novo papa, que passará a usá-lo ininterruptamente a partir desse momento. (ANSA).