Fora de vários torneios nos últimos anos por conta de uma série de lesões, o tenista Andy Murray planeja jogar o Masters 1000 de Cincinnati e o US Open, que serão disputados em sequência entre 20 de agosto e 13 de setembro em Nova York. O britânico ex-número 1 do mundo afirmou que planeja ir aos Estados Unidos e está disposto a “correr o risco” de ser contaminado pela covid-19.

“Obviamente há um risco, mas quero tentar jogar os torneios (Cincinnati e US Open) e aproveitar os maiores eventos novamente”, destacou Murray em entrevista ao jornal britânico The Guardian. “Amo jogar os maiores eventos, mesmo que dessa vez seja diferente, sem fãs. Mas isso é algo que me interessa e estou disposto a correr o risco de jogar”, reiterou o experiente tenista de 33 anos, atualmente número 129 do mundo.

Murray não joga uma partida oficial desde novembro de 2019, quando esteve em ação nas finais da Copa Davis. Recentemente, o bicampeão olímpico participou de um torneio de exibição que reuniu apenas atletas britânicos. Com o circuito paralisado por conta da pandemia do coronavírus, o britânico aproveitou este período para intensificar a recuperação das cirurgias no quadril.

Os tenistas que vão competir no Masters 1000 de Cincinnati e no US Open terão de ficar confinados em uma “bolha” formada no complexo de Flushing Meadows, em Nova York. Murray estuda chegar aos Estados Unidos mais cedo para poder treinar alguns dias antes de começar o período de confinamento.

“Você pode entrar na bolha no dia 15 de agosto. Vai ser testado na chegada e não pode treinar até saírem os resultados, o que deve acontecer somente na tarde do dia 16. O classificatório começa já no dia 19, o que é um pouco rápido para se adaptar às condições e superar o voo. Tem esse período em que você não pode fazer nada. Então, estou considerando chegar mais cedo em Nova York e treinar numa quadra privada em algum lugar alguns dias antes de entrar e ser testado”, considerou.

AUSÊNCIAS – Há alguns jogadores que tomaram um caminho diferente de Murray e já anunciaram que não estarão em Nova York. São os casos do australiano Nick Kyrgios, número 40 do ranking da ATP, e de sua compatriota Ashleigh Barty, atual número 1 do mundo.

Famoso por acumular polêmicas, Kyrgios, de 25 anos, afirmou, em vídeo divulgado no Twitter, que priorizou a saúde ao tomar sua decisão de ficar de fora das competições. Os Estados Unidos são o país com maior número de casos de coronavírus no mundo (mais de 4 milhões) e de mortes em decorrência da doença (mais de 154 mil).

“Vamos respirar aqui e lembrar o que é importante, que é a saúde e segurança como comunidade. Podemos reconstruir nosso esporte e a economia, mas nunca podemos recuperar vidas perdidas”, salientou Kyrgios, que também criticou Novak Djokovic e outros atletas que organizaram torneios de exibição durante a pandemia.

“Os tenistas têm de pensar nos interesses comuns e agir em conjunto. Não podem correr atrás do dinheiro e tentar ganhar mais ao organizar um torneio de exibição. Pensem nos outros, porque é disso que este vírus se trata e ele não quer saber do ranking de vocês, nem de quanto dinheiro têm na conta”, disparou.