“É possível que o Aberto da Austrália seja meu último torneio”, declarou nesta sexta-feira (11) o tenista britânico Andy Murray, que anunciou que vai se aposentar este ano e que espera poder aguentar até Wimbledon.

O ex-número 1 do mundo, três vezes vencedor de Grand Slams e bicampeão olímpico, caiu nas lágrimas durante coletiva de imprensa em Melbourne, revelando que a dor se tornou quase insuportável.

“Posso jogar com limites. Mas os limites e a dor, ao mesmo tempo, não me permitem aproveitar a competição, nem os treinos”, disse Murray.

Murray, 31 anos, indicou que gostaria de encerrar a carreira jogando o torneio de Wimbledon diante de sua torcida, mas reconheceu que talvez não consiga alcançar o objetivo.

O escocês será lembrado por ter sido o primeiro britânico a vencer Wimbledon em 77 anos, superando a concorrência de ninguém menos que Roger Federer, Novak Djokovic e Rafael Nadal.

“Onde eu gostaria de pôr fim à competição é em Wimbledon, mas não tenho certeza de que vá conseguir fazer isso. Acho que há a possibilidade de que o Aberto da Austrália seja meu último torneio”, completou.

– Dor –

“Estou lutando há muito tempo, não estou certo se conseguirei jogar com dor durante quatro ou cinco meses. Fiz praticamente tudo que pude para tentar que meu quadril melhorasse, mas não adiantou muito”, acrescentou Murray.

O escocês deixou o Aberto da Austrália do ano passado para fazer uma cirurgia no quadril, voltando às quadras em junho no torneio de Queen’s. Depois disso, jogou apenas quatro jogos antes de encerrar a temporada em setembro para concentrar em seu retorno com força total.

No entanto, Murray caiu na segunda rodada de Brisbane na semana passada e, na última quinta-feira, abandonou um jogo treino contra Djokovic após menos de uma hora de partida.

As reações ao anúncio de Murray começaram imediatamente após a entrevista.

“Tiro o chapéu para Andy Murray. Lenda absoluta. Na pequena lista dos melhores estrategistas da história. Resultados irreais em um período brutal. Todo o respeito. Espero que possa terminar com boa saúde”, indicou o ex-número 1 do mundo Andy Roddick.

“Continue lutando. Posso imaginar sua dor e tristeza. Amamos você, Andy Murray, e merece ficar feliz e com boa saúde”, escreveu o argentino Juan Martín Del Potro, também com a carreira marcada por lesões.

Murray estreia na primeira fase contra o espanhol Roberto Bautista, esperando ver como seu corpo vai suportar uma partida de até cinco sets sob o intenso calor australiano.

“Vou jogar. Ainda posso jogar em certo nível, que não é um nível em que me sinta feliz jogando”, indicou.

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