LaLuchy Robotina vai de um quarto a outro visitando pacientes com covid-19, internados em um hospital da Cidade do México. Sua presença reduz os riscos de contágio entre o pessoal médico e é um apoio psicológico para os doentes.

“Olá, sou LaLuchy Robotina! Como você se chama?”, repete este robô humanoide de 1,40 metro e 37 quilos, antes de vincular o paciente a um especialista em psicologia.

Através de uma tela na parte superior, os enfermeiros conversam com os médicos e também com seus familiares, evitando o contato físico e o risco de infecção.

LaLuchy Robotina “se desloca por conta própria e permite vincular o paciente com familiares (…) Da mesma forma, nos permite comunicar com o pessoal médico dentro de áreas para covid-19”, explica à AFP a neuropsicóloga clínica Lucía Ledesma, do Centro Médico Nacional 20 de Novembro.

Segundo Ledesma, trata-se do primeiro androide usado no México na área psicológica durante a pandemia.

– Injeção de ânimo –

O robô foi incorporado em julho como “coterapeuta” na área para covid-19, e desde então fez 160 intervenções com pacientes contagiados, seus entes queridos e a equipe de saúde mental.

Seu nome se inspirou na personagem Lucy, da série americana de animação “Os Jetsons”, e é capaz de emitir sons relaxantes para reduzir o estresse provocado pelo isolamento dos convalescentes.

Projetado com tecnologia mexicana, o androide é dotado de um sistema de reconhecimento pessoal mediante visão por computador e deslocamento assistido com sensores para facilitar sua aproximação.

“Ela nos permite ter uma presença física porque nós estamos presentes através da LaLuchy Robotina, mas com uma exposição nula aos aerossóis dentro da área para covid-19”, destaca Ledesma.

Também “está nos apoiando na saúde mental do paciente”, afirma Sandra Muñoz, coordenadora da estratégia contra o novo coronavírus na instituição.

Para Rosa María Velázquez, paciente de 55 anos, o uso deste tipo de tecnologia “é uma boa ideia porque desta forma somos vistos”.

“Como (as famílias) não podem entrar, nos veem e nós os vemos, e isso dá mais ânimo a todos nós”, diz a mulher em seu leito do hospital.

LaLuchy Robotina faz parte de um projeto desenvolvido pelo Hospital 20 de Novembro com um grupo de minirrobôs para gerenciar os danos emocionais provocados pelo vírus.

O México, um país de 128,8 milhões de habitantes, soma mais de 62.000 mortes e 579.914 casos de covid-19. É o terceiro país com mais óbitos na pandemia, depois de Estados Unidos e Brasil.