A astrofísica americana Andrea Ghez, de 55 anos, é a quarta mulher na história a receber o Nobel de Física desde a criação do prêmio, em 1901. Em pouco mais de um século, 215 cientistas receberam o prêmio – e só quatro eram mulheres.

Andrea foi laureada juntamente com o britânico Roger Penrose e o alemão Reinhart Genzel por suas descobertas sobre os buracos negros – considerados as estruturas mais misteriosas do universo.

A primeira mulher a receber esse Nobel foi Marie Curie, em 1903 (e depois receberia também um Nobel de Química, em 1911, tornando-se a única mulher até hoje a ser laureada duas vezes). Curie compartilhou o prêmio de Física com o marido, Pierre Curie, e com Antoine Henri Becquerel, por seus trabalhos sobre a radioatividade.

Mais de meio século depois, uma segunda mulher foi laureada, em 1963. Maria Goeppert-Mayer dividiu o prêmio com Eugene Paul Wigner e J. Hans D. Jensen por seus trabalhos sobre a estrutura do núcleo atômico. E em 2018 Donna Strickland foi a terceira a faturar o prêmio, com Gerard Mourou e Arthur Ashkin, por trabalhos com pulsos ópticos.

Ao longo do século, muitas outras mulheres teriam sido preteridas – é o que se diz -, a despeito de seus méritos. “Nós, astrônomas, tínhamos muito medo de que saísse um Nobel para as pesquisas sobre buraco negro e apenas Penrose e Genzel levassem”, disse a astrônoma Duília de Mello, da Universidade Católica de Washington. “Não seria a primeira vez.”

“Eu levo muito a sério a responsabilidade de ser a quarta mulher a receber o Nobel”, disse Andrea. “Espero poder inspirar outras jovens mulheres neste campo. Há muito a ser feito.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.