Em uma final que contou com uma espécie de “tira-teima” entre dois nadadores do País, André Brasil voltou a levar a melhor sobre Phelipe Rodrigues na prova dos 100 metros borboleta da classe S10 do Mundial Paralímpico de Natação, no final da noite desta quarta-feira, na Cidade do México. Com facilidade, André conquistou a medalha de ouro com o tempo de 57s90, enquanto que o seu compatriota ficou com o bronze ao terminar em 1min01s37.

Phelipe Rodrigues acabou sendo superado também pelo espanhol David Levecq, prata com a marca de 1min00s77, nesta que foi uma das muitas decisões por medalhas do penúltimo dia da competição que está sendo realizada na Piscina Olímpica Francisco Marquez, mesmo palco desta modalidade nos Jogos Olímpicos de 1968.

Essa foi a quinta medalha de ouro conquistada por André Brasil neste Mundial, no qual ele também se garantiu no topo do pódio nas provas dos 100 metros costas, dos 100 metros livre e do revezamento 4×200 metros medley, todos pela classe S10.

Ele só foi superado em uma disputa do evento em solo mexicano até aqui. E foi nos 50 metros livre, no qual acabou sendo surpreendido por Phelipe Rodrigues, medalha de ouro, e teve de se contentar com a prata. Logo depois, porém, André “deu o troco” no seu compatriota ao ganhar a disputa que travou com o amigo e companheiro de seleção brasileira nos 100 metros livre.

Essa foi, por sua vez, o terceiro pódio de Phelipe Rodrigues neste Mundial. Antes deste obtido nesta quarta, ele faturou a prata nos 100 metros livre e justamente o ouro nos 50 metros livre na prova na qual bateu André Brasil.

GLOCK É PRATA – Outro destaque brasileiro da noite desta quarta-feira no México foi Tallison Glock, que conquistou a medalha de prata nos 50 metros borboleta classe S6 ao conseguir imprimir um forte sprint nos metros finais da prova, que ele terminou em 33s81.

O catarinense de apenas de 22 anos de idade, que foi atropelado por um trem quando era criança e perdeu a perna e o braço esquerdos, só foi superado pelo colombiano Nelson Crispin, ouro com a marca de 30s82. O bronze ficou com o chinês Hong Yang com 34s07, após ter sido ultrapassado por Tallison Glock no finalzinho da prova.

Essa é a segunda medalha do brasileiro neste Mundial, no qual anteriormente faturou um inédito ouro para ele em sua carreira ao triunfar na final dos 100 metros borboleta na sua classe.

OUTRAS FINAIS – Vários outros nadadores brasileiros participaram de finais deste penúltimo dia de disputas do Mundial. Uma delas foi Raquel Viel, que terminou em quarto lugar na prova dos 100 metros peito classe SB12, depois de ter avançado à disputa pelas medalhas na parte da manhã nas eliminatórias.

Raquel Viel, porém, já caiu na água como uma autêntica vencedora, pois veio para a competição na Cidade do México após ter lutado por mais de um ano contra um câncer de mama, assim como ela já havia tido toda a sua batalha com a doença recompensada com a medalha de bronze na prova dos 100 metros costas da classe S12, no último sábado.

A nadadora paulista é deficiente visual desde o nascimento (congênita) e superou a própria expectativa dos médicos durante o tratamento para combater um tumor que a obrigou a ser submetida a muitas sessões de quimioterapia e radioterapia contra o câncer.

Outra batalhadora como paratleta que disputou uma final na noite desta quarta-feira foi Joana Neves, que tem acondrosplasia, um nanismo desproporcional causado por mutações genéticas. Ela acabou ficando na sétima e penúltima posição nos 200 metros livre S5, bem distante da luta por medalhas.

O mesmo ocorreu com Felipe Caltran na prova dos 100 metros costas classe S14, na qual também terminou na quinta e penúltima posição. Logo após a prova de Felipe, por sua vez, a brasileira Patrícia Santos foi para a água e exibiu maiores chances de sonhar com uma medalha ao terminar em quarto lugar a final dos 50 metros livre classe S4. Com o tempo de 43s03, ela bateu a mão na borda de chegada apenas 10 centésimos atrás da chinesa Jiao Cheng, que levou o bronze.

Em outra prova encerrada no fim da noite desta quarta, Gabriel Souza foi o sétimo e penúltimo colocado na final dos 100 metros borboleta na classe S8. Ele faz no México a sua estreia em Mundiais.