Anderson Torres dispensa advogado, indica que pode fazer delação e apavora bolsonaristas

Anderson Torres dispensa advogado, indica que pode fazer delação e apavora bolsonaristas

Ao menos um sinal de alerta foi sinalizado aos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O motivo foi o desligamento do advogado que defendia o ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que está preso em Brasília há cerca de dois meses. Torres é suspeito de estar envolvido nos atos golpistas que invadiram e depredaram as sedes dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário no Distrito Federal. As informações foram reveladas pela colunista Malu Gaspar do jornal O Globo.

A preocupação gira em torno de uma possível delação premiada do ex-ministro, movimento que pode prejudicar Bolsonaro e aliados.

Além de Rodrigo Roca, Anderson já havia dispensado Demóstenes Torres. A situação ainda complica ainda mais conforme relato da mulher do ex-ministro, Flãvio Sampaio Torres. De acordo com ela, Torres está com depressão e tem o sentimento de abandono.

Aliados bolsonaristas tentaram intervir em prol do ex-ministro para que o caso não pudesse evoluir e produzir complicações ao próximos de Torres.

“A prisão de Torres é o símbolo do bolsonarismo atrás das grades, enquanto o ex-presidente está solto. Para tirá-lo da cadeia, é preciso revirar toda uma narrativa”, avalia um interlocutor do ex-ministro ao jornal O Globo.

A principal tensão ocorreu há duas semanas durante depoimento de Torres como testemunha ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Uma das possibilidades, caso o ex-ministro revele outros cenários, é tornar Bolsonaro inelegível. Nesse sentido, o ex-presidente até tentou impedir que Anderson concedesse o depoimento, inclusive durante pergunta sobre a minuta encontrada na casa do ex-ministro na qual tinha teor de golpe. O pedido da defesa de sigilo sobre a fala de Torres foi atendido pelo TSE.