26/04/2024 - 10:12
O vocalista do grupo Molejo Anderson Leonardo, de 51 anos, que está internado na UTI do Hospital Unimed, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio de Janeiro, tratando um tumor inguinal, câncer raro localizado na região da virilha, teve uma piora na manhã desta sexta-feira, 26, e seu quadro de saúde é considerado gravíssimo.
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A informação sobre o estado de saúde do cantor foi confirmada ao portal Gshow pela assessoria de imprensa do Grupo Molejo. “O estado dele é gravíssimo. Os médicos dizem que é a progressão da doença, do tumor”, disse Andreia Assis, assessora do grupo.
A assessora ainda informou que, com a progressão da doença e a piora no estado de saúde, os familiares de Anderson têm se mantido mais presentes no hospital.
No último dia 22 de abril, o cantor apresentou piora e voltou para a UTI. Na ocasião, iniciaram uma campanha com pedidos de doação de sangue para ele.
Diagnóstico da doença
Em 2022, Anderson Leonardo publicou que havia sido diagnosticado com a doença. Seu tumor atinge a região inguinal e é um tipo raro de câncer que afeta o pênis e o ânus.
O artista já havia sido internado com uma embolia pulmonar em setembro do ano passado.
Câncer raro
Em março, a IstoÉ Gente conversou com o Dr. Raphael Brandão, oncologista clínico da Clinica First, que explicou o quadro clínico músico. Entenda!
“Toda vez que a gente tem qualquer tipo de tumor ou qualquer tipo de lesão que pareça tumor, obrigatoriamente precisamos fazer uma biópsia. E essa biópsia, é na esmagadora maioria das vezes, ou seja, 98% das vezes, definitiva para identificar o sítio primário do tumor. vamos saber se existe um gânglio, um linfonodo, ou uma íngua localicada no pescoço é um câncer de língua, por exemplo. Ou eu biopsio um linfonodo, um gânglio, uma íngua, na axila, e vem me dizendo que é um tumor de provável origem pulmonar, ou de provável origem da mama. Quando isso não ocorre, que é muito raro, cerca de 1 a 2% dos tumores podem acontecer isso, aí é o que nós chamamos de carcinoma primário oculto, de sítio primário oculto, quando nós não sabemos de onde vem o sítio primário”, diz o médico
- Como tratar esse tipo de paciente?
Primeiro a gente estadia com tomografias, ou PET scan, ou ressonância, para tentar achar o sítio primário, não encontramos mesmo assim, nós podemos, por exemplo, testar alguns biomarcadores, marcadores tumorais, CEA, CA199, CA125, para ver se dá alguma dica de onde esse tumor é proveniente, será que ele é proveniente, se eu não sei o lugar, mas pelo menos eu posso dizer que é proveniente do trato respiratório, do trato gastrointestinal, do trato geniturinário, e daí por diante.
Existem hoje testes mais moleculares, que são testes como esse, ele analisasse o DNA do tumor e dissesse, de acordo com as mutações que aquele tumor encontra, ele dissesse qual o tipo de tumor. É um teste americano chamado Cancer Type ID, que é o tipo, a identidade do tipo de câncer, ele pode ser capaz de nos ajudar através disso.
A gente sabe que esses tumores podem ser carcinoma escamoso, carcinoma epitelial, pode ser carcinoma adenocarcinoma, pode ser carcinoma de baixo grau, neuroendocrina ou carcinoma de alto grau. Dependendo da característica, mesmo ele sendo carcinoma de primário oculto, de sítio primário oculto, eu não sei exatamente de onde ele veio, mas eu conheço as características desse tumor.
Por exemplo, às vezes eu tenho um tumor de pulmão que tem mutação específica que eu tenho um remédio que eu sei que age de forma bastante efetiva quando tem essa mutação, eu uso esse tipo de tratamento. Então o tratamento é de acordo com o perfil molecular com que esse tumor é encontrado. Muitas vezes a gente é ok, não encontrei o primário, tudo bem, não muda muita coisa. A gente trata de acordo com o perfil molecular desse que esse tumor for encontrado.
- Sintomas
Em relação aos sintomas, na maioria das vezes, o paciente vai sentir dor e um desconforto no local onde está o tumor.
- Prevenção
De acordo com o INCA, cerca de 30% dos casos de câncer podem ser evitados e a prevenção da doença acontece com a prevenção de cada um deles. No caso do pênis, é a limpeza diária do órgão com água e sabão, de acordo com o Ministério da Saúde. Já o câncer anal envolve alimentação balanceada, com fibras e pouca gordura, com redução de carne vermelha processada, embutidos e álcool na dieta. No caso da pelve, um dos fatores preventivos é a vacina contra HPV (Papilomavírus Humano) para as mulheres.
Veja outras recomendações do Ministério da Saúde que podem auxiliar a prevenir câncer em geral:
- Não fumar;
- Ter um peso saudável;
- Praticar atividade física;
- Amamentar (protege as mães de câncer de mama);
- Tomar vacina contra hepatite B;
- Evitar exposição excessiva ao sol em horários inadequados – Entre 10 e 16h;
- Evitar exposição a agentes cancerígenos no trabalho (agentes químicos, físicos e biológicos).