Luiz Inácio Lula da Silva, o meliante de São Bernardo, não tem muito do que queixar das últimas pesquisas eleitorais divulgadas nestes dias – obviamente, me refiro aos institutos decentes, como Datafolha, IPEC, IPESP e Quaest, do atleticano e gente boníssima Felipe Nunes. A possibilidade de vitória (ainda no primeiro turno) voltou a ser realidade para o chefão do PT, para o desespero da Bolsolândia e a alegria do Zé. Que Zé? O Dirceu, ora!

A tal “boca do jacaré”, desenho dos gráficos que medem a intenção de voto dos eleitores, parece estar se abrindo em prol do mensaleiro, ou seja, sua distância sobre o patriarca do clã das rachadinhas e das mansões milionárias compradas com panetones e dinheiro vivo vem aumentando, enquanto os demais candidatos permanecem estacionados. Assim, a soma de todos, do segundo lugar ao último, não vem alcançando o total do “sapo barbudo”.

A explicação parece relativamente clara, e tem nome e sobrenome: Minas Gerais. Mas pode ser substituída por outro nome e sobrenome: Alexandre Kalil. Explico. Segundo o Datafolha, por exemplo, cujos números vão ao encontro da média dos demais institutos citados acima, enquanto cresceu no Rio e em São Paulo – ao lado de MG os maiores colégios eleitorais do Brasil – o líder do Petrolão derreteu como gelo sob o sol em Minas.

Sim, na terra do Galão da Massa, o Clube Atlético Mineiro, atual campeão brasileiro e da Copa do Brasil, onde Kalil foi presidente, deixando um rastro de destruição financeira após empregar amigos e parentes com salários muito acima do mercado, Lula caiu 4% no último levantamento, e Bolsonaro subiu 3%. No Rio, o petista subiu 2% e em SP, 3%. Ou seja, o mineiro tem sido o maior cabo eleitoral do atual presidente em Minas.

A aliança oportunista entre Lula e Kalil tem sido um desastre para o primeiro, e poderá ficar ainda pior, já que é comum nestes conchavos políticos a promessa de emprego em caso de derrota. Não entendeu, leitor amigo? Eu desenho: Kalil vem tomando uma surra eleitoral homérica do atual e muito bom governador Romeu Zema, do Novo. A se confirmar a derrota, restará uma boquinha, no caso, uma bocarra no provável governo Lula.

Então, se eu estiver correto na ilação e as pesquisas, nos números, ficaremos assim: após servir de âncora, peso morto, obesidade mórbida na campanha do petista, Kalil poderá faturar uma embaixada ou um ministério quaisquer. O pai do Ronaldinho dos Negócios já foi mais esperto. Quando sacou da cartola o Zé (de Alencar), e não o quadrilheiro Dirceu, levou a Presidência e, de quebra, um bom companheiro. Dessa vez, tudo indica, embarcou num verdadeiro Titanic eleitoral.