BELÉM – Edmilson Rodrigues (PSOL) já foi prefeito da capital paraense. É um nome conhecido localmente, que liderou com folga no começo da campanha, mas perdeu fôlego na reta final. Foi para o segundo turno com o Delegado Eguchi (Patriota), que usou a torto e a direito o nome de Bolsonaro – que, no entanto, não lhe deu apoio explicito. Quem ficou fora da disputa foi o deputado federal José Priante (MDB), nome bancado pelo clã dominante local, o dos Barbalho.

 

BOA VISTA – O atual vice-prefeito da capital Arthur Henrique (MDB) e o deputado federal Ottaci (SD) ficaram embolados durante a campanha e assim passaram para o segundo turno. As projeções mostram vantagem para Arthur Henrique, um político jovem, de 39 anos. Ele é apoiado pela prefeita Teresa Surita, que encerra seu quinto mandato na prefeitura com bons níveis de aprovação. Teresa é ex-mulher, mas ainda aliada, da velha raposa Romero Jucá.

 

MACAPÁ – Eleições adiadas, provavelmente com novo primeiro turno no final do mês. Apagão prejudicou principalmente o irmão de Davi Alcolumbre, Josiel Alcolumbre (DEM), que perdeu muitos pontos, e João Capiberibe (PSB), também visto como político tradicional. É uma cidade onde a dinâmica anti-política de 2018 pode se manifestar.

 

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MANAUS – Davi Almeida (Avante) e Amazonino Mendes (Podemos) disputam o segundo turno. Almeida vem ganhando corpo na política local. Era presidente da assembleia estadual em 2017, quando o TSE cassou o mandato do governador José Melo (Pros), e por isso assumiu para um mandato-tampão de quatro meses, enquanto novas eleições eram preparadas. No pleito para governador de 2018, ficou em terceiro lugar. E Amazonino? Ele está com 80 anos. Já foi governador do Amazonas quatro vezes. Por que concorre? É a prova de que política é uma pinga, como dizem no interior. No começo da década, parecia já ter se aposentado. Mas acordou no final de 2017, quando foi eleito para completar o período de mandato do governador que tinha perdido o cargo. E agora briga pela prefeitura de Manaus.

 

PALMAS – Quando Carlos Amastha deixou a prefeitura de Palmas no meio do mandato, para concorrer ao governo do Tocantins, Cinthia Rodrigues (PSDB) herdou a prefeitura. A jovem política, viúva de João Ribeiro, um político com força no Estado, fez boa gestão nos dois anos seguintes e se reelegeu agora (a eleição em Palmas só tem um turno). Carlos Amastha deve lamentar profundamente ter deixado um cargo em que era bem avaliado. Está sendo investigado. Recentemente fez greve de fome em protesto contra o que ele diz serem injustiças.

 

PORTO VELHO – O atual prefeito, Hildon Chaves (PSDB), vai disputar o segundo turno com a vereadora Cristiane Lopes (PP), que surge como surpresa e pode se tornar a primeira mulher a governar a capital de Roraima.

 

RIO BRANCO – A atual prefeita, Socorro Neri (PSB), disputou voto a voto com Minoru Kimpara (PSDB) a vaga para enfrentar no segundo turno Tião Bocalom (PP), político que ganhou projeção local depois de governar  Acrelândia, uma cidade planejada que se tornou pólo agrícola nos últimos anos. Prevaleceu Socorro, que mantém as chances de se reeleger.

 

ARACAJU – O atual prefeito, Edvaldo Nogueira (PDT) vai ao segundo turno com boas chances de se reeleger, pois tem baixa rejeição. Sua adversária é Delegada Danielle (Cidadania), que fez carreira investigando corrupção. Danielle, que já foi lavajatista, optou por Bolsonaro quando o presidente rompeu com Sérgio Moro, e deve carregar a bandeira do bolsonarismo no que resta da campanha.

 

FORTALEZA – Cidade onde um candidato explicitamente apoiado pelo presidente teve melhor desempenho. O  Capitão Wagner (Pros) passou para o segundo turno, mas a alta rejeição ao seu nome torna mais árdua a tarefa daqui em diante. Seu adversário é Sarto (PDT), candidato do atual prefeito, Roberto Claudio. Ele deve herdar os votos da petista Luiziane Lins, que ficou pelo caminho.


 

JOÃO PESSOA – Três candidatos do mesmo espectro político disputaram as vagas para o segundo turno: o ex-governador Cícero Lucena (PP), Nilvan Ferreira (MDB) e Walber Virgolino (Patriota). O dois primeiros prevaleceram. No final de 2019, o TRF-5 inocentou Lucena de uma acusação de corrupção que se arrastava desde 2005, quando ele chegou a ser preso pela Operação Confraria, da PF.

 

MACEIÓ – Alfredo Gaspar (MDB), correligionário do coronel Renan Calheiros e de seu filho governador Renan Filho (o governador), passou ao segundo turno com pequena vantagem sobre o segundo colocado, JHC (João Henrique Caldas), que é deputado federal pelo PSB. Os dois fazem campanha repetindo muito que terão boas relações com o governo federal.

 

NATAL – Álvaro Dias (PSDB) foi reeleito no primeiro turno. Prova que eleição municipal é gestão do dia a dia. Ele é aprovado pelos cuidados com a zeladoria da cidade e por manter salários de servidores em dia e as contas públicas em ordem. Assumiu liderança local no combate a pandemia.

 

RECIFE – A cidade do Nordeste que seguramente ficará com a esquerda – e onde o PT tem chance de ganhar. O deputado federal João Campos, correligionário do atual prefeito Geraldo Júlio (PSB), disputará o segundo turno com sua prima Marília Arraes (PT). Os dois jovens representantes da esquerda deixaram para trás a Delegada Patrícia (Podemos), cuja candidatura se desfez depois que Jair Bolsonaro anunciou apoiá-la.

 

SALVADOR – Vice de ACM Neto na prefeitura, Bruno Reis levou a disputa no primeiro turno, deixando bem para trás duas candidatas da esquerda, Major Denice (PT) e Olívia (PCdoB). A Bahia é comandada pelo PT, mas o governador Rui Costa nada pode fazer impulsionar sua candidata em Salvador, onde ACM Neto fez gestão eficiente e sempre aberta para ouvir a população. Nota: a rejeição de Bolsonaro é altíssima em Salvador.

 

SÀO LUÍS – A candidatura de Rubens Jr., que é do PCdoB assim como o governador do Estado, Flávio Dino, jamais decolou. O que não significa que Dino tenha ficado sem influência na capital. Dois ex-secretários de seu governo concorreram: Duarte Jr. (Republicanos) e Neto Evangelista (DEM). Duarte Jr. prevaleceu e vai disputar o segundo turno com Eduardo Braide (Podemos).


 

TERESINA – Dr. Pessoa (MDB), de 74 anos, foi denunciado ao Ministério Público Eleitoral por supostamente ter feito campanha de rua contaminado pelo covid-19. Isso não impediou que passasse ao segundo turno para enfrentar Kleber Montezuma, candidato e secretário de educação do prefeito tucano Firmino Filho. No começo da campanha, a permanência do PSDB no comando da cidade parecia certa. Não mais, para alegria do governador petista Wellington Dias, que sonha em ver os tucanos derrotados na capital.

 

CUIABÁ – Abílio Jr. (Pode) e o candidato à reeleição Emanuel Pinheiro (MDB) passaram ao segundo turno. O primeiro é um vereador briguento, que se elegeu em 2016 pelo PSC e depois mudou de partido. Ligado ao deputado federal bolsonarista José Medeiros, ele ganhou notoriedade ao comandar a CPI do Paletó, que abordou um esquema de corrupção no Estado. A CPI teve esse nome porque Emanuel Pinheiro, ele mesmo, foi flagrado em um vídeo escondendo dinheiro do que seria um mensalinho no bolso do paletó. Pinheiro foi denunciado pelo MP em setembro deste ano por corrupção e lavagem de dinheiro, mas isso não bastou para tirá-lo da disputa à prefeitura.

 

CAMPO GRANDE – O prefeito Marquinhos Trad (PSD), do clã Trad, de muitos políticos, reelegeu-se no primeiro turno. O outro fato significativo da eleição em Campo Grande é que o representante do Avante, Promotor Harfouche, teve sua candidatura impugnada pelo Tribunal Regional Eleitoral porque os juízes entenderam que ele deveria ter se desligado do Ministério Público, e não apenas se licenciado, para disputar as eleições. O Tribunal Superior Eleitoral ainda não julgou o recurso de Harfouche. A decisão deve criar um precedente para ,  casos similares em todo o país.

 

GOIÂNIA – Disputam dois senadores. Maguito Vilela (MDB), da velha guarda, lidera apertado. Foi constituinte, vice-governador nos anos 90, vice presidente do Banco do Brasil no governo do PT. Seu nome consta das planilhas da Odebrecht como beneficiário de caixa dois. Ele acompanhou as eleições internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, porque teve um caso grave de covid-19. Seu adversário é Vanderlan Cardoso (PSD), apoiado pelo governador Ronaldo Caiado e que se identifica com o bolsonarismo.

 

BELO HORIZONTE – Kalil (PSD) chegou à prefeitura em 2016 na onda da nova direita. Mas logo migrou para o centro, e fez uma gestão pragmática, não-ideológica. Não brincou com a pandemia. Reelegeu-se com larga margem no primeiro turno.

 

RIO DE JANEIRO – Eduardo Paes (DEM) e o atual prefeito Marcelo Crivella (Republicano) disputam o segundo turno. O caminho de Crivella não foi fácil. Com o apoio de Jair Bolsonaro e da Igreja Universal, ele ainda assim teve de suar bastante para permanecer na briga. No entanto, as projeções de segundo turno hoje indicam derrota. Bolsonaro não quis correr o risco de ter um prefeito hostil em sua base política. Com a candidatura de Crivella periclitante, ele fez um aceno a Eduardo Paes, chamando-o de “bom gestor”.

 

SÃO PAULO – Bruno Covas, como esperado, passou tranquilamente ao segundo turno. Mas houve certa surpresa na votação de Guilherme Boulos (Psol), que vai enfrentá-lo. Boulos teve 20,24% dos votos, o que significa que o eleitorado petista migrou em massa para ele, ignorando Jilmar Tatto. Apoiado por Bolsonaro, Celso Russomano (Republicano) derreteu mais uma vez na tentativa de chegar à prefeitura. Ficou em quarto lugar, atrás de Márcio França (PSB).

 

VITÓRIA – A capital do Espírito Santo teve uma eleição com um quê de disputa ideológica. João Coser (PT) e Delegado Pasolini (Republicanos) se enfrentam no segundo turno. Coser já governou a cidade, entre 2005 e 2012. Desta vez fez campanha menos “vermelha”, que escondeu os caciques do PT. O Delegado Pasolini fez carreira no combate aos crimes contra crianças e adolescentes. Seu discurso é naturalmente alinhado com a pauta de costumes do bolsonarismo. Essa associação de Pasolini com a vertente política do presidente tende a se intensificar nesta reta final da disputa.

 

CURITIBA – Rafael Greca (DEM) se reelegeu com tranquilidade no primeiro turno, graças a uma gestão prudente e pragmática.

 

FLORIANÓPOLIS – Gean Loureiro (DEM) não teve problemas para conquistar um segundo mandato já no primeiro turno. Vale guardar o nome do seu vice, o empresário Topázio Neto (Republicanos). Muitos apostam que Loureiro vai deixar a prefeitura em 2022, para concorrer ao governo de Santa Catarina.

 

PORTO ALEGRE – O PT abriu mão da cabeça de chave na capital do Rio Grande do Sul, e embarcou na candidatura de Manuela D’Ávila (PCdoB). Depois de enfrentar uma campanha muito agressiva, ela passou ao segundo turno para disputar com Sebastião Melo (MDB). O atual prefeito, Nelson Marchezan (PSDB), ficou em terceiro lugar. Por isso, talvez escape da abertura de um processo de impeachment. A Câmara de Vereadores da cidade vota nesta terça-feira o relatório que o acusa de ter usado dinheiro da Saúde em publicidade.


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