O Santo Sudário é uma das relíquias religiosas mais misteriosas da história. Esse pedaço de linho contendo traços da imagem de um homem é apontado como o tecido que cobriu Jesus Cristo após sua morte.


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O sudário pertenceu desde 1357 à Casa de Saboia, uma antiga família italiana, e em 1987 foi doado ao Vaticano. Hoje a relíquia está guardada na Catedral de Turim, na Itália, e raramente é exibida. A última vez que o público teve a oportunidade de ver o tecido em exibição foi em 2015.

Agora, cientistas da França e da Itália publicaram um artigo contestando uma análise feita no sudário em 1989. Naquela época, três universidades ganharam acesso a fragmentos do tecido para estudos: Universidade do Arizona (EUA), Instituto Federal de Tecnologia da Suíça e a Universidade de Oxford, no Reino Unido. Os dados foram centralizados pelo Museu Britânico.

Após todos os estudos serem concluídos, houve um consenso entre as entidades que as amostras do tecido datavam de algum período entre 1260 e 1390. Ou seja, eles não seriam da mesma época em que viveu Jesus Cristo. Depois disso, o Vaticano proibiu que outras instituições tivessem acesso ao sudário.

Para esse estudo mais recente, um grupo de pesquisadores da Universidade da Catania, entre outras instituições, entrou com um pedido na justiça em 2017 para que o Museu Britânico liberasse os dados.

Depois de dois anos de análise das informações, os pesquisadores concluíram que os resultados da pesquisa de 1989 não podem ser considerados definitivos, pois foram analisados somente fragmentos do tecido, e não o sudário inteiro, e que as amostras não seriam homogêneas.

Existem indícios de que, durante a Idade Média, alguns fragmentos do sudário teriam sido manipulados por freiras na tentativa de remendar danos causados ao tecido ao longo do tempo. Se isso foi verdade, essa manipulação pode ter afetado o resultado do estudo de 1989.

Portanto, os cientistas defendem que o Vaticano libere o acesso ao Santo Sudário para que novas análises sejam feitas para determinar a verdadeira idade da relíquia.

O novo estudo foi publicado em março na revista científica Archaeometry, da Universidade de Oxford.