O debate da Rede Bandeirantes nesta segunda-feira, 14, marcou oficialmente o início do segundo turno da disputa pela prefeitura de São Paulo entre Guilherme Boulos (PSOL) e Ricardo Nunes (MDB). O encontro fugiu um pouco do roteiro do primeiro turno. Foi morno e deu a verdadeira cara de um confronto eleitoral: propostas discutidas, mas com espaço para ataques.

Ao entrar no estúdio, Boulos parecia calmo e tranquilo, dançando e conversando com interlocutores. Vestido com meias com o logo da campanha, o candidato do PSOL pareceu ter esquecido as pesquisas que o colocam muito atrás do candidato do MDB. No inicio do encontro, porém, já iniciou uma artilharia sobre o apagão que atingiu a região metropolitana de São Paulo no fim de semana.

Nunes, ao contrário parecia tenso, estava quieto e focado. Um contraste muito diferente do nervosismo de seu marqueteiro, Duda Lima, que chacoalhava as pernas a todo momento.

Os moldes do debate não foram diferentes. O apagão que deixou cerca de 2 milhões de moradores foi o principal tema entre os candidatos. E, novamente, um empurra-empurra de responsabilidades, enquanto esqueciam de outros temas, como saúde e educação.

Não bastasse a troca de acusações pelo apagão, o final do primeiro bloco descambou, lembrando bem o primeiro turno. Apostando no aumento da rejeição do adversário, Guilherme Boulos e Ricardo Nunes trocaram ataques, que se repetiram nos dois blocos seguintes.

Boulos soltou as acusações que pesam contra Nunes sobre a máfia das creches e desafiou o prefeito a abrir o sigilo bancário. O candidato à reeleição negou veementemente o caso, mesmo com a investigação em curso pela Polícia Federal.

Na resposta, valeu até apelar para a “tática Marçal” para aumentar a rejeição do candidato do PSOL. Nunes acusou o psolista de não saber trabalhar, e foi rebatido com ironia sobre o suposto nervosismo do emedebista.

Entre uma resposta e outra, as campanhas se mobilizavam para comemorar a frase de efeito de seu candidato. A equipe de Nunes começou mais enérgica, mas o marqueteiro de Boulos, Lula Guimarães, fez questão de investir na estratégia de cobrar aplausos e vaias da própria campanha, o que resultou em diversos pedidos de silêncio do apresentador, o jornalista Eduardo Oinegue.

O ponto alto do debate foi um “cenário de paz” entre Nunes e Boulos. O candidato do PSOL se aproximou de Nunes durante uma resposta, em sinal de intimidação. O emedebista entrou na brincadeira e deu um abraço em Boulos.

Essa aproximação provocou revolta na campanha de Nunes. Duda Lima foi cobrar, de forma veemente, Oinegue, que rebateu pedindo para deixá-lo em paz. Nervoso, o mediador afirmou “faça o seu trabalho, que eu faço o meu”. O jornalista afirmou que o assessor estava “o enchendo”.

Foi necessário o diretor de jornalismo, Fernando Mitre, intervir para tentar acalmar os ânimos. Na sequência, Duda pediu calma ao apresentador e seguir para orientar Nunes no intervalo.

Um primeiro debate morno, mas com cara de debate político. São esperados ao menos oito debates no segundo turno. O próximo será quinta-feira, 17, na RedeTV!.