Na derrota por 2 a 0 para o Internacional, nesta quinta-feira (13), pela segunda rodada do Campeonato Brasileiro, no Beira Rio, o Santos abusou de perder passes e entregar facilmente a posse de bola ao adversário.

Esses erros foram notórios principalmente no primeiro tempo, mas foi no segundo, e no melhor momento santista no jogo, nos 10 minutos iniciais, que comprometeram diretamente o resultado.

Na primeira etapa, o Avinegro Praiano chegou a ter apenas 64% de acerto nos passes, indo para o vestiário com 70% – e terminando o jogo com 80. No volta para o segundo tempo, Cuca promoveu a entrada de Jobson e Tailson, no lugar de Carlos Sánchez e Diego Pituca respectivamente. Com o primeiro, o time ganharia qualidade na saída de bola defensiva, já com o segundo aproximação à área. E isso vinha acontecendo, até Felipe Jonatan “voltar ao primeiro tempo” e ceder uma bola “ganha” ao Colorado. Aos 11 minutos do segundo tempo, o lateral-esquerdo tentou proteger uma bola que sairia pela linha de fundo, mas Thiago Galhardo conseguiu tocar para trás, Saravia cruzou de primeira e Guerrero marcou de cabeça.

O gol sofrido mexeu com o psicológico dos santistas, que já vêm abalado há tempos. Além de um extracampo conturbado e pendências financeiras, o time tem sentido as inferioridades, tanto numérica, quando teve jogadores expulsos em quatro partidas consecutivas, sofrendo viradas em três delas, ainda com Jesualdo, quanto no marcador.

Melhorar é preciso

No “futebol atual”, qualidade e velocidade são fundamentais para que o time expresse a sua ofensividade, ao encontrar os espaços em relação aos adversários, e assim se colocar em melhor condição de gols. Com isso, não importa as mudanças táticas que Alexi Stival faça na sua equipe, se ela persistir em cometer “erros primários”, os resultados sempre serão comprometidos.

O remédio para essa deficiência do time em campo está no dia a dia, tão escasso no futebol brasileiro, e que nessa temporada ficou ainda pior, com a paralisação do futebol durante três meses, por conta da pandemia do novo coronavírus. O treinador terá que dedicar parte dos seus trabalhos para corrigir os “vacilos” que o time santista dá.

Luz no fim do túnel

Ainda que o time siga cometendo “erros bobos”, já se vê no trabalho de Cuca uma inquietação, diferentemente da que era vista com Jesualdo Ferreira.

Contra o Inter, além de escalar o time de acordo com o adversário, algo que era comumente feito por Sampaoli, em 2019, Cuca retomou ao esquema tradicional logo aos 15 minutos, quando viu que a sua ideia não tinha dado certo.

Persistindo uma apresentação muito ruim no primeiro tempo, mexeu nas peças para a segunda etapa, se utilizando de jogadores de características diferentes a fim de concentrar as suas jogadas cada vez menos no campo defensivo, no qual foi encurralado nos 45 minutos iniciais.

Ainda que no piscar de um vaga-lume, há uma visível luz no início do túnel. Em um trilhar de 38 rodadas, é nítido que as pretensões do Santos no Brasileirão de 2020 são simplórias, mas o futebol mostra sinais de mudanças, que com o tempo pode significar evolução.


Siga a IstoÉ no Google News e receba alertas sobre as principais notícias