A Anac suspendeu, nesta terça-feira (11), por falta de garantias de segurança todos os voos da Voepass, que sofreu um acidente com 62 mortos no ano passado.
“A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu, em caráter cautelar, a partir desta terça-feira, 11 de março, as operações aéreas da Voepass, formada pela Passaredo Transportes Aéreos e pela Map Linhas Aéreas. A suspensão vigorará até que se comprove a correção de não conformidades relacionadas aos sistemas de gestão da empresa previstos em regulamentos”, disse a agência reguladora em um comunicado.
A companhia realiza voos comerciais entre cerca de 15 localidades dentro do país, segundo a Anac.
Uma de suas aeronaves protagonizou em agosto uma das piores tragédias no Brasil, ao cair enquanto voava de Cascavel para São Paulo.
Os quatro tripulantes e seus 58 passageiros morreram após o impacto do avião bimotor contra o quintal de uma casa em Vinhedo.
Quase um mês depois do acidente, um relatório preliminar apontou uma falha no sistema de “DE-ICING”, que evita a formação e acúmulo de gelo na aeronave.
Após uma fiscalização em outubro nas instalações da companhia, a Anac exigiu que a Voepass para reduzir as suas rotas, maior tempo em solo das aeronaves para manutenção e a execução de um plano de ação para corrigir “irregularidades”.
Em fevereiro, “após nova rodada de auditorias, foi identificada a degradação da eficiência do sistema de gestão da empresa em relação às atividades monitoradas e o descumprimento sistemático das exigências feitas pela Agência”.
Além disso, disse ter constatado “reincidência” em algumas irregularidades anteriormente solucionadas.
A agência, no entanto, não revelou qual seria a irregularidade.
Após ser notificada da suspensão, a Voepass respondeu que sua frota está “apta a realizar voos seguindo as rigorosas exigências de padrões de segurança”.
A decisão “tem um impacto imensurável para milhares de brasileiros que utilizam a aviação regional todos os dias”, lamentou em um comunicado.
A companhia, fundada em 1995 sob o nome Passaredo, se comprometeu a fazer todos os esforços para retomar as operações “o mais breve possível”.
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