Um dos destaques nos comentários e na apresentação de programas do Grupo Globo, Ana Thaís Matos não poupou críticas ao ambiente no qual trabalha. A jornalista foi a convidada do Papo de Segunda, da GNT, e contou como superou as dificuldades no início da carreira e alguns bastidores das redações esportivas.

“Quando eu comecei no jornalismo – eu não comecei a trajetória profissional no jornalismo, comecei um pouquinho mais velha – eu lembro que as meninas que estavam antes de mim sofriam muito no sentido da análise física. As meninas que iam ser contratadas tinham que ser sempre as mais bonitas do processo de seleção. E isso fazia muito mal para elas porque isso chegava para elas.”, revelou a jornalista em conversa com Fábio Porchat, Emicida, João Vicente de Carvalho e Francisco Bosco.

Ana Thaís contou ainda que em 2011 passou por um episódio que a marcou até hoje. “Isso aconteceu comigo, quando chegou a minha vez. Eu ouvi, depois que fui contratada no primeiro estágio, que quando eu cheguei para fazer o processo de seleção, os editores, todos homens, falaram o seguinte: ‘quando passou a única mulher no meio de 16 homens, a gente sabia que você seria contratada’. Aquilo me pegou muito e acontece até hoje.”.

Apesar das críticas, a jornalista entende que houve uma evolução para as mulheres no jornalismo esportivo, mas que o caminho para um ambiente saudável ainda é longo.

“O que acontece de diferente hoje é que nós temos mais mulheres. Poucas ainda. Mas eu acho que o mercado se abriu mais, as pessoas olham com um pouquinho mais de cautela, cuidado e respaldo e mais espaço. Mas eu acho que o ambiente jornalístico no esporte é extremamente tóxico porque ele mistura muitas vertentes ali do que o homem gostaria de ser e não foi. Quando ele vê uma mulher sendo o que ele não foi, aí, meu amigo, o negócio da ruim”.