Ana Sátila conquistou neste domingo, na cidade de Pau, na França, a medalha de prata na prova do K1 Extremo do Mundial de Canoagem Slalom e voltou a fazer história para o Brasil na competição. Depois de ter faturado o bronze no C1 feminino na última sexta-feira, ela se tornou a única atleta feminina do evento francês a subir duas vezes no pódio em provas individuais.

Neste domingo, último dia de competição em Pau, Sátila só ficou atrás da alemã Caroline Trompeter, medalhista de ouro, e se posicionou logo à frente da checa Amalie Hilgertova, que ganhou o bronze. O holandesa Martina Wegman terminou em quarto lugar.

“Hoje estava um dia muito frio, passei quatro horas molhada me aquecendo e desaquecendo. Foi muito corrido, mas levar mais essa medalha não tem preço”, comemorou Ana Sátila, que dedicou essa prata para sua família e sua equipe. “Eles (seus familiares) estão de longe assistindo essa maratona que tem sido o Campeonato Mundial e também a toda a minha equipe brasileira”, completou.

E a brasileira acabou chegando ao pódio depois de ter chegado a pensar que havia não conseguido se classificar à final, na qual chegou depois de ver a francesa Marie-Zelia Lafont, que liderava a prova, sofrer uma penalidade e cair para a terceira posição na fase derradeira de qualificação para a disputa por medalhas. “Foi uma prova muito forte, mas fiquei feliz em ter conseguido ir para a final”, festejou.

Outra brasileira que esteve presente neste domingo na disputa do K1 Extremo, que é uma modalidade estreante em Mundiais de Canoagem Slalom, foi Omira Estácia. Ela avançou às quartas de final e terminou na 11ª posição, posto que também foi valorizado por João Tomasini Schwertner, presidente da Confederação Brasileira de Canoagem.

“Esses resultados acompanham todo um desempenho que iniciou em 2012 e 2016, a canoagem brasileira está mostrando isso, a canoagem slalom veio para ficar com as medalhas da Ana, a semifinal do Pepe (Pedro Gonçalves). Tenho certeza de que vamos a Tóquio (Olimpíada de 2020) brigar por medalha”, afirmou o dirigente, por meio de declarações reproduzidas pela Confederação Brasileira de Canoagem.

MASCULINO – Já na prova do K1 extremo masculino, que contou com 55 atletas, Pedro Gonçalves encarou uma maratona de disputas neste domingo. O brasileiro primeiro avançou com tranquilidade na primeira eliminatória e depois foi o mais rápido dos quatro barcos de sua bateria nas oitavas de final. Ele depois ainda avançou às semifinais e largou bem nesta fase e brigou pela liderança até o terceiro obstáculo do percurso, mas depois enfrentou problemas e não conseguiu ir à final, terminando a prova na 7ª colocação na classificação geral.

“Fiquei por um detalhe para ir na final. Quando você está entre os 10 melhores do mundo é motivo de comemoração. Não tem formula mágica, agora é ajustar os botões para continuarmos em frente”, afirmou Pepe, conformado com o resultado que obteve.

Charles Corrêa, outro brasileiro que participou desta prova do Mundial neste domingo, acabou sendo eliminado na fase classificatória.

Assim, com duas medalhas de Ana Sátila e um desempenho honroso de Pepe, o Brasil fechou de forma positiva este Mundial de Canoagem Slalom antes de o País receber a próxima edição da competição, no Rio de Janeiro, em 2018. O evento será realizado no canal artificial do Parque Radical, que foi o local da disputa olímpica da modalidade nos Jogos de 2016.

“Nós já estamos preparando o evento, temos uma equipe sendo estruturada e o caminho está sendo asfaltado. Estamos buscando experiência junto a Federação Internacional e a organização dos Mundiais já realizados em outros Países, além de usarmos a nossa própria expertise em eventos feitos no Brasil, como o Mundial Júnior & Sub-23 em 2015 e também nos Jogos Olímpicos do ano passado”, disse João Tomasini Schwertner.