Depois de 6 prêmios como melhor nadadora de águas abertas, a brasileira Ana Marcela Cunha acrescentou mais um grande feito na carreira: ela ficou com a medalha de ouro após 10km nadados em mar aberto do Japão. Essa foi a quarta medalha dourada para o Brasil nos Jogos de Tóquio.

+ Inspirados por Ítalo, surfistas mirins sonham em manter Brasil na crista da onda

+ Alemã recusa convite da Playboy para focar nos Jogos Olímpicos

+ Thiago Braz celebra o bronze: ‘Nada foi fácil para mim nesses cinco anos’

Aos 29 anos, Ana completou a prova com 1 segundo de vantagem para a segunda colocada, a holandesa Sharon van Rouwendaal. O bronze foi da australiana Kareena Lee.

Ana Marcela Cunha se posicionou na frente desde o começo da disputa. Apenas a americana Ashley Twitchell ficou mais tempo na liderança do que a brasileira. Mas elas não estavam sozinhas. Foram acompanhadas por um grande pelotão de atletas que tinham bons resultados recentes e queriam acertar um sprint final nos últimos quilômetros.

Esse pelotão começou a ser melhor definido quando faltavam 2 voltas (2,8km). A alemã Leonie Beckie passou na frente, começou a nadar mais forte e ameaçou disparar. Mas Ana e Twitchell seguiram na disputa e passaram a ter companhia mais próxima de Sharon Rouwendall, campeã olímpica em 2016, da chinesa Xin Xin, atual campeã mundial, e da surpreendente australiana Kareena Lee.

Quando faltava apenas uma volta (1,4km), Ana Marcela se posicionou na segunda posição e começou a pressionar Beckie. A brasileira assumiu a liderança após uma curva, mas sem abrir grande vantagem para as adversárias.  A reta final foi emocionante, com ataques de Sharon e Lee. Mas a brasileira manteve quase metade do corpo na frente e venceu, praticamente de ponta a ponte.

Logo depois da prova, Ana destacou o amadurecimento que conquistou após 4 ciclos olímpicos. “Finalmente chegou a medalha. Fui muito nova em 2008, foi minha primeira Olimpíada. É o quarto ciclo olímpico, vindo de uma não classificação e uma frustração no Rio. O amadurecimento foi muito grande para chegar aqui. Acredite nos seus sonhos e dê tudo de si”, declarou Ana, em entrevista à Rede Globo.

Questionada sobre o domínio que conseguiu na prova, Ana afirmou que sentia essa superioridade desde os treinos.
“Falei para o Fernando (treinador) que, para ganhar de mim, teria que nadar muito. Eu sabia como estava preparada. Assim como estava em Kazan, onde eu deite e rolei. Aqui fiz igual. Fiz minha prova e aquilo que aprendi, que é ser feliz. Fui muito feliz”, comemorou a brasileira.