Ana Castela, Zé Felipe e a conversa que tentaram evitar

Coluna: Matheus Baldi

Mineiro, Matheus Baldi é jornalista e apresentador, com passagens por UOL, SBT, Record e Band. Com mais de 4 milhões de seguidores nas redes sociais, já ultrapassou os 2 bilhões de visualizações em seus vídeos na internet. Diariamente, Matheus compartilha sua visão apurada e informações exclusivas sobre os bastidores do show business.

Ana Castela, Zé Felipe e a conversa que tentaram evitar

Relacionamento do cantor com a boiadeira tem movimentado bastante as redes sociais e a Coluna Matheus Baldi analisa todo o contexto

Reprodução/Redes Sociais
Zé Felipe e Ana Castela Foto: Reprodução/Redes Sociais

Há histórias de amor que nascem discretas. Outras já estreiam sob o olhar de milhões, viram manchete, mobilizam fandoms. A de Zé Felipe e Ana Castela é dessas últimas: não é apenas um namoro, mas um capítulo vivido em praça pública, onde cada gesto vira print, trecho de vídeo, análise na internet e debate em grupo de WhatsApp.

Mas, por trás das fotos sorridentes, existem dilemas bem menos instagramáveis. Aqueles que todo mundo já ouviu quando alguém comenta sobre um anônimo: “mas ela vai namorar o fulano que tem filho?”

Quando Odorico Reis, amigo de Ana Castela, contou que lembrou a amiga de algo que ninguém ali podia ignorar — que Zé Felipe já era pai — fez o que amigos de verdade fazem. Trouxe a realidade para a mesa. Não para atrapalhar, mas para entender o quanto ela estava ciente e disposta. Porque não era apenas um novo relacionamento: eram três crianças, uma família em reorganização, uma vida que até pouco tempo era transmitida quase que diariamente com a ex para milhões.

De um lado, Ana, 22 anos, a boiadeira que saiu do interior, transformou a própria história em fenômeno sertanejo e virou símbolo de uma geração que lota arenas, lidera rankings, coleciona prêmios. Do outro, Zé Felipe, 27, máquina de hits, sorriso fácil, alma leve… recém-separado da maior influenciadora do país, Virgínia Fonseca, após cinco anos, e pai de Maria Alice, Maria Flor e José Leonardo.

Não se trata de um encontro de adolescentes descobrindo o primeiro amor. É um homem adulto, com rotina de guarda compartilhada, e uma jovem no auge da carreira, ainda sem filhos, tentando equilibrar agenda lotada com identidade, com desafios próprios, tudo isso sob enorme observação de fãs, críticos e da mídia.

E é justamente nesse contraste que a relação ganha profundidade. Curiosamente, as raízes dos dois se encontram: modão de viola com Leonardo, viagem ao pantanal, pescaria. A linguagem afetiva da simplicidade.

Aos poucos, o que poderia ser peso vira ponto de luz. As crianças brincam com ela, perguntam pela “Tia Ana”, e a internet testemunha uma adaptação que não se fabrica: ou flui, ou não acontece. Aconteceu, ponto.

Do lado de Virgínia, em vez da guerra que muitos esperariam, vieram declarações públicas de que os filhos já gostavam de Ana antes mesmo do namoro e que o importante é serem bem cuidados e respeitados.

E, mesmo com toda essa realidade envolvendo as crianças, o relacionamento não se perdeu no peso das responsabilidades. Ao contrário: encontrou força no que eles têm em comum. Há algo no riso fácil, no jeito brincalhão, na leveza dos dois que faz tudo encaixar. A raiz sertaneja, que conduziu cada um de maneiras diferentes, agora os conduz ao mesmo palco — literal, mas sobretudo afetivo, emocional.

Ana tem sua própria casa linda em Londrina – uma decoração que combina luxo, fazenda e referências country, conquista simbólica de uma juventude encurtada pelo trabalho e fama precoce. Zé veio do conforto desde cedo: fazenda, jatinho, viagens… Mas, assim como o pai, é apaixonado pelo simples e gosta de gente. 

E quando Ana e Zé estão juntos, o que mais chama atenção não é o que o dinheiro compra, mas o jeito parecido de estar no mundo: rindo, debochando, brincando de barro. A estética sertaneja não é só chapéu e bota, é forma de olhar a vida que resiste ao saldo bancário.

Sim, existem presentes caros. Anéis, pulseiras, relógios de grife. Mas basta observar com cuidado: na mesma timeline das joias também surgem vídeos na fazenda, no gado, no show lotado do interior, cercados por simplicidade, amigos e família. Momentos que poderiam ser de qualquer casal que dá certo longe das câmeras.

No fim, é nesse cruzamento que a história deles vira não só fofoca, mas reflexão:

Quem decretou que quem já foi casado e tem filhos não merece nova chance no amor?

Quem disse que quem não tem filhos não pode amar os filhos do outro?

Quem decidiu que luxo não pode conviver com o simples quando a simplicidade é genuína?

O que poderia parecer oposto, para alguns, provou ser na verdade complementar. Porque no fim, sempre é mais sobre como você se conduz — e o quanto realmente você quer.

Até porque no mundo de hoje anda tão difícil encontrar o que é de verdade. E, como já se canta por aí: “sentimento não se cobra”, ainda mais quando a gente sabe que, em alguns casos, a boca mente.