O assessor especial do presidente Lula (PT) para assuntos internacionais, Celso Amorim, disse nesta quarta-feira, 7, temer que haja um ‘conflito muito grave’ na Venezuela. O país vive incertezas após a reeleição de Maduro, contestada pela oposição e pela comunidade internacional.

+ Lula sobre González na Venezuela: ‘O cara nem tomou posse ainda e você já quer que eu fale’

“Temo que possa haver um conflito muito grave. Não quero usar a expressão guerra civil, mas temo muito. E eu acho que a gente tem que trabalhar para que haja um entendimento. Isso exige conciliação. E conciliação exige flexibilidade de todos os lados”, declarou em entrevista ao Estudio i, da Globonews.

Em outro trecho da entrevista, Amorim questionou as sanções impostas pelos Estados Unidos e pela União Europeia à Venezuela, e pediu “flexibilidade” de todos os lados para que o impasse seja resolvido.

“Por que os EUA mantiveram sanções violentas quando já havia processo de negociação? Por que a União Europeia manteve sanções ao mesmo tempo que estava sendo convidada para ser observadora? Então, nós temos que ter uma flexibilidade, ouvir todos os lados, porque a solução tem que ser deles no fundo. Ninguém de fora vai impor uma solução”, continuou.

O assessor foi escalado por Lula durante as eleições na Venezuela para ser um dos mediadores do pleito de 28 de julho. Após o Conselho Nacional Eleitoral do país declarar Maduro vencedor, o governo Lula teve posicionamento diferente em relação às outras duas vezes em que o chavista foi eleito. O Planalto pede que o governo Maduro disponibilize integralmente as atas das eleições para que seja comprovado que não houve fraude.

Na terça-feira, 6, o Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela entregou ao Tribunal Supremo de Justiça as atas eleitorais das mais de 30 mil mesas de votação da eleição presidencial do dia 28 de julho. A análise do Judiciário sobre os documentos levará até 15 dias.