*Atenção: este texto trata de tópicos sensíveis, como depressão e suicídio. Em caso de pensamentos autodestrutivos, procure ajuda no CVV (Centro de Valorização da Vida), pelo telefone 188, ou pessoalmente nos postos de atendimento em todo o Brasil.
A Polícia Civil encontrou morto Rudney Gomes da Silva, de 46 anos, amigo e segurança de Robinho que é citado no processo de estupro do ex-jogador, na área comum de um prédio no bairro Gonzaga, em Santos (SP) — cidade localizada no litoral de São Paulo — nesta terça-feira, 18.
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Rudney era citado no processo de estupro que levou Robinho à prisão, mas não foi condenado por ter deixado a Itália após o crime. A Justiça italiana não notificou o amigo do ex-jogador e separou o caso dele do processo do atleta.
Em contato com o site IstoÉ, a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo) informou que o caso foi registrado como suicídio. De acordo com o programa “SBT Brasil”, uma equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi acionada e constatou o óbito no local.
Relembre o caso Robinho
Robinho e Ricardo Falco foram condenados pela Justiça italiana, mas os outros amigos envolvidos no episódio escaparam do julgamento porque deixaram a Itália logo após do crime. Os dois foram acusados de estupro coletivos e nove anos de reclusão, como pena decretada pelo crime.
Transcrições de interceptações telefônicas realizadas com autorização judicial mostraram que Robinho revelou ter participado do ato que levou uma jovem de origem albanesa a acusar o jogador e amigos de estupro coletivo, em Milão, na Itália. Em 2017, a Justiça italiana se baseou principalmente nessas gravações para condenar o atacante em primeira instância a nove anos de prisão. Os áudios revelados agora já estavam transcritos nos processo.
Os trechos divulgados mostram Robinho conversando com o amigo Ricardo Falco sobre a noite do crime, ocorrido em 2013, na boate Sio Café, em Milão. Eles discutem sobre os depoimentos que deram para a polícia. As gravações trazem descrições explícitas da cena do abuso e linguagem imprópria.
Em uma das gravações, o jogador admite que fez sexo com penetração com a vítima. Anteriormente, o ex-jogador do Santos e da seleção brasileira tinha afirmado que só havia ocorrido sexo oral. O brasileiro e seu amigo Falco foram condenados a nove anos de prisão pelo crime de agressão sexual em grupo. Como voltou para o Brasil, a pena não foi executada.
Além das gravações telefônicas, a polícia italiana instalou um grampo no carro de Robinho e conseguiu captar outras conversas. Para a Justiça italiana, as conversas são “auto acusatório”. As escutas exibem um diálogo entre o jogador e um músico, que tocou naquela noite na boate e avisou ao atleta sobre a investigação.
Procurado pela reportagem em outubro de 2020, o advogado Franco Moretti, que representava Robinho na Itália, reforçou que seu cliente era inocente. O jogador afirmou que toda a relação que teve com a denunciante foi consensual e ressaltou que seu único arrependimento foi ter sido infiel com sua mulher.
*com informações do Estadão