Milhões de americanos ainda estavam neste sábado, 28, sem energia elétrica e muitos enfrentavam grandes inundações enquanto a poderosa tempestade Helene atingia os estados do leste e meio-oeste dos Estados Unidos, onde deixa pelo menos 44 mortes.

Equipes de emergência estão trabalhando para restaurar a energia elétrica e atuar contra as consequências das grandes inundações que destruíram casas, estradas e estabelecimentos comerciais em vários estados.

Pelo menos 19 pessoas morreram na Carolina do Sul, 15 na Geórgia, sete na Flórida, duas na Carolina do Norte e uma na Virgínia, de acordo com uma contagem da AFP baseada nas informações divulgadas pelas autoridades locais.

“As condições continuarão melhorando no sábado, após as inundações catastróficas dos últimos dois dias”, disse o Centro Nacional de Furacões (NHC), embora tenha alertado para “apagões de longa duração”.

O serviço de energia havia sido restaurado em algumas áreas, mas mais de três milhões de clientes ainda estavam sem eletricidade em 10 estados no início da tarde de sábado, de acordo com o site de monitoramento poweroutage.us.

“Uma verdadeira tragédia”

Helene atingiu a costa na tarde de quinta-feira perto de Tallahassee, capital do estado da Flórida, como um furacão de categoria 4 (em uma escala que vai até 5), com ventos de 225 km/h, e seguiu causando estragos mesmo após enfraquecer e se tornar um ciclone pós-tropical.

Níveis recordes de inundações ameaçam romper diques, com um em Tennessee à beira do colapso. O Serviço Nacional de Meteorologia dos EUA (NWS) pediu à população que “se desloque imediatamente para terrenos mais altos”.

Em Cedar Key, uma ilha com apenas algumas centenas de habitantes na costa oeste da Flórida, os telhados das casas foram arrancados e as paredes destruídas.

“É de partir o coração ver isso”, disse Gabe Doty, funcionário municipal, à AFP.

“Muitas casas desapareceram, o mercado desapareceu. A agência dos correios não existe mais. É uma verdadeira tragédia, e será difícil reconstruir”, disse ele.

A tempestade continuou por vários estados, o que provocou deslizamentos de terra e fortes inundações até Asheville, na Carolina do Norte.

“Esta é uma das piores tempestades da história moderna em partes do oeste da Carolina do Norte”, disse o governador da Carolina do Norte, Roy Cooper, em uma coletiva de imprensa na noite de sexta-feira.

As operações de resgate continuam, informou seu gabinete.

Com o aquecimento das águas do mar, a mudança climática aumenta a probabilidade de que as tempestades fiquem mais intensas rapidamente e eleva o risco de furacões mais potentes.

O Helene se deslocou sobre águas particularmente quentes no Golfo do México.

“É provável que essas águas quentes tenham desempenhado um papel na rápida intensificação do Helene”, disse à AFP a climatologista Andra Garner.