O americano Jake Eberts, de 26 anos, participou de um estudo conduzido pela Universidade de Maryland, nos Estados Unidos. Para isso, ele recebeu US$ 7 mil (cerca de R$ 35 mil) e teve de tomar um líquido contaminado com a bactéria Shigella, que causa diarreia, dor de barriga, enjoos, vômitos e dor de cabeça. As informações são do O Globo.

Jake e outras pessoas participaram do estudo de fase dois para verificar a eficácia do imunizante desenvolvido contra a doença.

O americano compartilhou a sua experiência por meio de suas redes sociais. Conforme o seu relato, ele sofreu uma forte diarreia com sangue nas fezes, febre de 39,4° C e se sentiu tão exausto que tinha dificuldade para levantar qualquer um de seus membros.

“Essa foi a doença mais brutal que já tive, e eu queria morrer depois de seis horas. Não consigo imaginar como essa doença pode ser aterrorizante para uma criança pequena.”

Jake também explicou os motivos que o levaram a fazer parte do estudo. “1, para ajudar os menos afortunados e promover a medicina moderna; 2, recebo dinheiro suficiente para basicamente cobrir o aluguel pelo resto do ano; 3, sou pago mesmo que não tenha disenteria.”

Vacina com vírus e placebo

As pessoas que participaram da experiência receberam duas injeções com cerca de um mês de intervalo que continham a vacina experimental ou placebo. Depois, eles foram expostos à doença. Vale ressaltar que esse tipo de estudo não é autorizado no Brasil.

Depois de desenvolver a doença de modo grave, Jake suspeita que recebeu o placebo.

Além disso, Jake e os outros participantes tinham que usar um penico em formato de chapéu e depois levá-lo até as enfermeiras. Na sequência, as profissionais levavam as fezes aos cientistas que recolhiam amostras desses resíduos.

Isso serviu para que os especialistas determinassem a resposta imune da vacina produzida.

Arquivo pessoal

Jake recebeu isotônicos para combater a desidratação e antibióticos para controlar a infecção. Ele se recuperou da doença depois de quatro dias.

A bactéria

A bactéria Shigella afeta cerca de 160 milhões de pessoas por ano e causa 600 mil mortes, aproximadamente. A doença é transmitida por meio de alimentos e água contaminados. Uma pessoa também pode ser infectada caso toque em alguma superfície que tenha o vírus e, na sequência, leve a mão à boca sem lavar.

Após os seus relatos nas redes sociais, Jake conseguiu arrecadar mais de US$ 24 mil (cerca de R$ 120 mil) para a ONG The Water Project, que leva água limpa para várias comunidades ao redor do mundo.