Pela segunda vez na História, um americano foi condenado por tortura em um tribunal do país, pelo tratamento brutal dispensado a um funcionário de uma fábrica de armas no Curdistão iraquiano, anunciou nesta segunda-feira(22) o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.

Ross Roggio, 54 anos, pode pegar prisão perpétua, após ser condenado por tortura e outros crimes em um tribunal federal do estado da Pensilvânia na última sexta-feira.

Em 2015, Roggio desenvolvia uma fábrica de fuzis de assalto automáticos M-4 na região do Curdistão iraquiano com peças exportadas ilegalmente dos Estados Unidos, informou o Departamento. Um de seus empregados, um estoniano, fez perguntas sobre o projeto. Para evitar a interferência do funcionário, segundo a acusação, Roggio providenciou para que soldados curdos o sequestrassem.

O homem ficou detido em um acampamento militar curdo por 39 dias, durante os quais Roggio supostamente o submeteu a interrogatórios e tortura, dando ordens aos soldados para que o agredissem com uma mangueira, usassem um saco para sufocá-lo e ameaçassem cortar seus dedos com uma ferramenta.

“Em pelo menos uma ocasião, Roggio passou seu cinto pelo pescoço da vítima, levantou-a do chão e a suspendeu no ar, fazendo com que a mesma perdesse a consciência”, justificou o Departamento.

Em 2018, Roggio e sua empresa receberam 37 acusações de exportação ilegal de peças e ferramentas de armas de fogo usadas para desenvolver seu empreendimento. No ano passado, o Departamento de Justiça acrescentou as acusações de tortura ao caso, com base em uma lei de 1994.

Em 2009, um tribunal dos EUA condenou o cidadão americano Charles “Chuckie” Taylor, filho do ex-ditador da Libéria Charles Taylor, a 97 anos de prisão, por atos de tortura ocorridos entre 1999 e 2003 nesse país da África Ocidental.

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