O americano Paul Whelan, preso no final de dezembro em Moscou por acusação de espionagem, disse nesta sexta-feira que foi ferido por guardas da prisão onde se encontra detido enquanto aguarda julgamento.

“Fui ferido na prisão, mas a direção não quer dizer isso”, declarou Whelan aos jornalistas em um uma audiência no tribunal de Moscou, em Lefortovo, que decidirá sobre o possível prolongamento de sua detenção preventiva.

Algemado e escoltado pelos guardas usando balaclava, ele gritou ao chegar ao tribunal: “Vocês estão vendo o tratamento”.

Ele disse que sentia “uma forte dor devido aos ferimentos infligidos pelos guardas da prisão”, e acusou a administração penitenciária de “recusar tratamento médico”.

Whelan não especificou o tipo de lesões que sofreu.

O ex-mariner foi preso em 28 de dezembro de 2018 em um contexto de tensões sobre casos desse tipo entre a Rússia e o Ocidente.

Os serviços de segurança russos alegam que ele foi preso “quando cometeu um ato de espionagem”, o que ele nega.

Ele enfrenta uma pena de até 20 anos de prisão.

Em fevereiro, seu advogado alegou que Whelan, que também tem nacionalidade britânica, irlandesa e canadense, foi vítima de uma armadilha de um conhecido que entregou a ele um USB, que supostamente continha fotografias de uma visita anterior à Rússia.