Os ministros de Segurança da América Central, do México e da República Dominicana entraram em acordo, nesta quinta-feira (2) na Guatemala, para a adoção de uma estratégia conjunta para combater as gangues e o tráfico de drogas na região.

“Cada país tem suas próprias estratégias (para combater o crime organizado). Conversamos e compartilhamos essas estratégias e a ideia é criar planos e protocolos regionais”, disse em coletiva de imprensa o ministro do Interior da Guatemala, David Napoleón Barrientos.

Barrientos explicou que as ações estarão focadas em combater os grupos de narcotraficantes e as gangues. Também terá como preocupação a segurança cibernética e o gerenciamento dos fluxos migratórios com destino os Estados Unidos.

O ministro de Justiça e Segurança Pública de El Salvador, Gustavo Villatoro, completou que “cada país” da região deve colocar em prática as medidas contra o crime de acordo com suas realidades, mas ofereceu a experiência que seu governo tem na “guerra” contra as gangues.

“Estamos ganhando a guerra. Desmantelamos completamente a atividade dessa corporação terrorista criminosa (…). O que conseguimos em El Salvador está disponível para todos os países”, acrescentou Villatoro, que disse que também busca repatriar os membros de gangues que fugiram de El Salvador.

El Salvador mantém desde março do ano passado um regime de exceção que permite prisões sem ordem judicial, uma medida criticada por organizações de direitos humanos.

A “cruzada” contra as gangues levou à prisão de quase 63 mil pessoas. Na terça-feira, o presidente salvadorenho, Nayib Bukele, apresentou uma megaprisão para deter 40 mil supostos membros de gangues.

“O crime é transnacional e também precisamos estar muito bem coordenados. Precisamos saber quem atende o telefone quando ligamos para outro país”, disse o vice-secretário de Segurança e Proteção do México, Luis Rodríguez Bucio, ao comentar as ações conjuntas anunciadas.

Participaram da reunião ministros e delegados do México, Belize, Guatemala, El Salvador, Honduras, Costa Rica e República Dominicana. A Nicarágua e o Panamá não compareceram à reunião. A próxima reunião de acompanhamento será em seis meses.

Em 2022, a violência criminal na América Central deixou 9.737 mortos, número inferior aos 10.487 de 2021.

Guatemala, com 4.274 mortos, e Honduras, com 3.397, lideram os números e foram responsáveis por 81,86% dos homicídios da região, segundo dados oficiais.