A AMD viveu seu “momento Oracle” na última segunda-feira, quando as ações da empresa dispararam mais de 30% em um dia. A razão foi a mesma: o anúncio de um megacontrato com a OpenAI.
A parceria prevê que a OpenAI vai comprar 6GW de capacidade em chips da AMD ao longo de vários anos, com o primeiro gigawatt a entrar em funcionamento na metade do ano que vem. Além disso, a OpenAI ganha a opção de comprar até 10% das ações da AMD à medida que os projetos começarem a funcionar.
Para a AMD, o acordo é um tremendo impulso na corrida contra a Nvidia, que domina o mercado de GPUs para IA, além da promessa de dezenas de bilhões de dólares em receita ao longo dos próximos anos. Já do lado da OpenAI a parceria pode ser vista como uma forma de justamente evitar uma dependência excessiva da própria Nvidia.
Dinheiro pra lá, dinheiro pra cá
A divulgação do acordo reforçou as críticas de alguns analistas aos recentes anúncios bilionários no mundo da IA, e reacendeu o debate sobre uma possível “bolha” no setor.
Parte da razão para isso é que a OpenAI, que aparece como cliente VIP nos contratos bilionários de empresas como Nvidia, Oracle, Samsung e AMD, na realidade opera no prejuízo (míseros US$ 8bi só na primeira metade deste ano 😮😮). Assim, a empresa depende de aportes contínuos para manter sua agressiva expansão contra rivais mais tradicionais, com mais estrutura e cofres cheios (Amazon, Google e Meta).
Como nome mais importante da área de IA, a companhia certamente tem como conseguir aportes de modo contínuo. Mas, caso isso não ocorra, como ela vai arcar com os contratos?
No fim das contas, para honrar os compromissos a OpenAI precisa que mais empresas contratem o ChatGPT e percebam que o investimento massivo vale a pena e tem impacto decisivo em seus negócios. E até o momento tudo isso ainda não está claro.