A Amcham Brasil entregou nesta terça-feira, 27, à secretária do Tesouro dos Estados Unidos, Janet Yellen, e à ministra do Meio Ambiente do Brasil, Marina Silva, um documento com uma série de propostas para aprofundar as relações bilaterais. A agenda aponta uma série de ações em três frentes: descarbonização, cadeias de produção e comércio e investimentos.

Ao observar que, além da presidência brasileira nas reuniões do G20, 2024 marca o bicentenário das relações diplomáticas entre Brasil e Estados Unidos, a câmara americana de comércio considera que o momento representa uma oportunidade única para intensificar os diálogos e a cooperação entre os países.

A Amcham destaca, no documento entregue às autoridades, o fato de os Estados Unidos serem o principal parceiro econômico-comercial do Brasil, quando considerado o fluxo de bens, serviços e investimentos, assim como ressalta que temas como meio ambiente e clima, energias renováveis, fortalecimento industrial-produtivo ou estabilidade democrática são prioridades de ambos os governos.

Assim, dentro da agenda de transição para uma economia de baixo carbono, as sugestões da Amcham incluem a criação de um roteiro de ações na agenda verde, com a definição de uma lista e cronogramas de projetos do plano de transformação ecológica do Brasil, preferencialmente em parceria com o setor empresarial, com foco em adensamento tecnológico e produtivo, bioeconomia, visando ao desmatamento zero, transição energética e mitigação climática.

A câmara de comércio defende ainda a criação de um plano para impulsionar o financiamento sustentável, bem como a adesão do Brasil ao “First Movers Coalition”, uma coalizão de governos e grandes empresas que visa a aproveitar o poder de compra das grandes multinacionais para alavancar tecnologias de ponta e mais críticas na transição climática.

Diante do interesse dos EUA de diversificar e descentralizar suas fontes de abastecimento, a Amcham, dentro da agenda que trata das cadeias de suprimentos, propõe a formação de um grupo bilateral para identificar oportunidades geradas por movimentos como nearshoring e friendshoring. Nesta frente, também é sugerida a definição de setores estratégicos onde há interesse mútuo de aproximação, como baterias, semicondutores e equipamentos para transição energética, além da coordenação de políticas relacionadas à estabilidade das cadeias e regras para cooperação em momentos de disrupção industrial.

Por fim, no eixo de comércio e investimentos, a câmara americana pede, entre outras ações, que os governos voltem a negociar um acordo para evitar dupla tributação dos fluxos de capital e mercadorias entre os países.