20/09/2019 - 18:11
A cantora e atriz americana Jennifer López causou sensação nessa sexta-feira na passarela da Semana de Moda de Milão ao desfilar para a Versace, uma surpresa no encerramento do evento, que teve como inspiração a selva amazônica na passarela da marca Marni.
Com uma nova versão do icônico vestido de seda verde decotado que fez sucesso na cerimônia do Grammy do ano 2000, JLo demostrou seu poder para uma audiência que chegou à beira da histeria.
Foi um segredo guardado a sete chaves, que só começou a ser revelado quando a música da cantora tocou durante o desfile.
Antes, as famosas modelos Gigi e Bella Hadid, além de Kaia Gerber, desfilaram o mais puro estilo Versace dos anos 2000, com vestidos curtos e muito justos, lantejoulas e atitude sexy e decidida.
O evento de Milão mostrou também seu lado engajado com uma viagem ao Brasil em defesa da Amazônia, fonte de inspiração do intelectual e excêntrico estilista Francesco Risso, da Marni, que brincou com folhas de bananeira, flores e a exuberância tropical.
“Assim nasceu o projeto, em uma viagem que infelizmente terminou com os trágicos incêndios da floresta amazônica”, disse o estilista no final de seu desfile.
“Estava comovido e queria falar sobre a urgência de proteger a natureza”, disse.
Como uma mensagem a favor do resgate da floresta, a famosa marca reproduziu no desfile a selva, com árvores feitas de papelão e garrafas plásticas recicladas.
Os looks são feitos de algodão orgânico com tafetá de tecido reciclado. A energia da cor, um elemento forte nas coleções da Marni, é transmitida através de estampas quadriculadas, manchas e flores estilizadas, como pinturas abstratas realizadas por Risso e seus artistas.
“Na realidade pintamos enquanto estávamos nus por semanas”, confessou o estilista.
Teatral, com estampas orientais da artista Lucia Pescador como pano de fundo, a marca Marras une duas ilhas muito diferentes, Japão e Sardenha, na Itália.
Como por magia, entre quimonos rosados e sedas, o espectador chega à Terra do Sol Nascente.
O desfile virou um espetáculo celebrado entre o público, com modelos desfilando entre os corredores e cadeiras, rompendo com os códigos do mundo da moda.
“Queria oferecer um espetáculo real, uma pausa no meio da semana de moda”, disse à AFP o criador e diretor.
“Criar uma coleção é um trabalho que leva tempo e precisa também de tempo para ver, apreciar, observar, compreender”, disse.
O universo exuberante e eclético do estilista foi acompanhado por uma trilha sonora com músicas japonesas.