A Amazon continua a vender uma “câmera espiã” embutida em um cabide de roupas, apesar do varejista eletrônico enfrentar uma ação judicial sobre os gadgets depois que eles foram supostamente usados ​​para cobiçar secretamente uma garota brasileira menor de idade.

A “câmera babá” ativada por sensor de movimento foi usada por Darrel Wells, da Virgínia Ocidental, para espionar a estudante de intercâmbio e aspirante a atriz que ele hospedava há dois anos, de acordo com uma denúncia apresentada este ano.

O processo acusa os fabricantes do produto de criarem “uma câmera espiã que consiste em um gancho montável com uma câmera pinhole embutida” que permite aos usuários “gravar secretamente áudio e vídeo de indivíduos sem seu conhecimento ou consentimento”.

A Amazon também é citada na ação por facilitar a venda do produto, que é comercializado como aquele que “não vai chamar a atenção” de quem está sendo espionado.

Wells teria instalado a câmera “com o propósito criminoso de gravá-la nua”, de acordo com o texto da denúncia.

Na página da Amazon no Brasil não é possível encontrar este equipamento à venda.

 

O juiz do Tribunal Distrital da Virgínia Ocidental, Robert Chambers, permitiu que o caso prosseguisse na semana passada.

A suposta vítima está buscando danos não especificados de Wells. A data de início do teste não foi definida.

O Post solicitou comentários da Amazon e Wells.

No início deste ano, um ex-funcionário da Ring, de propriedade da Amazon, foi acusado em tribunal de espionar clientes do sexo feminino em 2017 com câmeras colocadas em quartos e banheiros.

A Comissão Federal de Comércio disse que a Ring deu aos funcionários acesso irrestrito aos dados confidenciais de vídeo dos clientes. O caso foi resolvido por US$ 5,8 milhões.

“Como resultado desse acesso perigosamente amplo e da atitude negligente em relação à privacidade e segurança, os funcionários e prestadores de serviços terceirizados puderam visualizar, baixar e transferir dados de vídeo confidenciais dos clientes”, de acordo com a FTC.

A Amazon também concordou em pagar US$ 25 milhões para resolver alegações de que violou os direitos de privacidade das crianças quando não excluiu as gravações de Alexa a pedido dos pais e as manteve por mais tempo do que o necessário, de acordo com um processo no tribunal federal de Seattle que delineou um acordo separado.

A Amazon, que comprou a Ring em abril de 2018, prometeu fazer algumas mudanças em suas práticas.

“Embora discordemos das alegações da FTC em relação a Alexa e Ring, e neguemos ter violado a lei, esses acordos deixam essas questões para trás”, disse a Amazon em um comunicado.