13/12/2023 - 2:22
A Amazon continua a vender uma “câmera espiã” embutida em um cabide de roupas, apesar do varejista eletrônico enfrentar uma ação judicial sobre os gadgets depois que eles foram supostamente usados para cobiçar secretamente uma garota brasileira menor de idade.
A “câmera babá” ativada por sensor de movimento foi usada por Darrel Wells, da Virgínia Ocidental, para espionar a estudante de intercâmbio e aspirante a atriz que ele hospedava há dois anos, de acordo com uma denúncia apresentada este ano.
O processo acusa os fabricantes do produto de criarem “uma câmera espiã que consiste em um gancho montável com uma câmera pinhole embutida” que permite aos usuários “gravar secretamente áudio e vídeo de indivíduos sem seu conhecimento ou consentimento”.
A Amazon também é citada na ação por facilitar a venda do produto, que é comercializado como aquele que “não vai chamar a atenção” de quem está sendo espionado.
Wells teria instalado a câmera “com o propósito criminoso de gravá-la nua”, de acordo com o texto da denúncia.
Na página da Amazon no Brasil não é possível encontrar este equipamento à venda.
O juiz do Tribunal Distrital da Virgínia Ocidental, Robert Chambers, permitiu que o caso prosseguisse na semana passada.
A suposta vítima está buscando danos não especificados de Wells. A data de início do teste não foi definida.
O Post solicitou comentários da Amazon e Wells.
No início deste ano, um ex-funcionário da Ring, de propriedade da Amazon, foi acusado em tribunal de espionar clientes do sexo feminino em 2017 com câmeras colocadas em quartos e banheiros.
A Comissão Federal de Comércio disse que a Ring deu aos funcionários acesso irrestrito aos dados confidenciais de vídeo dos clientes. O caso foi resolvido por US$ 5,8 milhões.
“Como resultado desse acesso perigosamente amplo e da atitude negligente em relação à privacidade e segurança, os funcionários e prestadores de serviços terceirizados puderam visualizar, baixar e transferir dados de vídeo confidenciais dos clientes”, de acordo com a FTC.
A Amazon também concordou em pagar US$ 25 milhões para resolver alegações de que violou os direitos de privacidade das crianças quando não excluiu as gravações de Alexa a pedido dos pais e as manteve por mais tempo do que o necessário, de acordo com um processo no tribunal federal de Seattle que delineou um acordo separado.
A Amazon, que comprou a Ring em abril de 2018, prometeu fazer algumas mudanças em suas práticas.
“Embora discordemos das alegações da FTC em relação a Alexa e Ring, e neguemos ter violado a lei, esses acordos deixam essas questões para trás”, disse a Amazon em um comunicado.