A gigante americana Amazon afirmou, nesta sexta-feira (23), que reembolsou US$ 1,9 milhão a mais de 700 trabalhadores que pagaram custos de contratação ilegais na Arábia Saudita.

Em outubro, a ONG Anistia Internacional denunciou as condições que os migrantes empregados por empresas terceiras tinham de cumprir para trabalhar nos armazéns da Amazon no país saudita.

A multinacional abriu uma investigação após as denúncias da ONG de direitos humanos.

“Encontramos casos em que os funcionários com contrato tiveram que pagar custos, incluindo os de contratação” e de outros tipos a agentes ou empresas sauditas que os contrataram, declarou a Amazon em comunicado.

Ao todo, foram reembolsados “1,9 milhão de dólares” (9,4 milhões de reais na cotação atual) a mais de 700 funcionários.

A investigação também lançou luz sobre outros tipos de abusos, como alojamentos que não respeitavam os regulamentos, irregularidades nos contratos e salários, além de atrasos na resolução de reclamações apresentadas pelos trabalhadores, acrescentou a empresa.

A Anistia Internacional teve como base os testemunhos de 22 cidadãos do Nepal que trabalharam em armazéns da Amazon na Arábia Saudita entre 2021 e 2023.

Alguns deles se endividaram acreditando que tinham sido contratados diretamente pela empresa americana, mas depois se viram “privados de seus recebimentos, alojados em condições terríveis” e impedidos de “buscar outro emprego ou deixar o país”.

Após a publicação do relatório, as autoridades sauditas informaram que os “fatos alarmantes” já estavam sendo investigados.

“O reembolso da Amazon pelos custos de contratação ilegais é uma etapa essencial”, comemorou o responsável de justiça econômica da ONG, Steve Cockburn, ressaltando para que levassem em consideração “as centenas de outros trabalhadores” que deixaram a empresa e o país.

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