O grito de socorro do Estado do Amapá ecoa cada vez mais alto entre gabinetes do Palácio do Planalto e da Esplanada dos Ministérios – é bramido pelo governador Clécio, em especial. Mas só o Ibama e o Ministério do Meio Ambiente se fazem de surdos para a importância econômica e barram a autorização de pesquisas para exploração de petróleo na foz do rio Amazonas.

A demanda causa uma briga discreta entre os ministros Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Marina Silva (MMA). Já é certo no Governo que um deles vai cair ano que vem por causa disso.

A despeito da necessária preocupação dos órgãos ambientais sobre manguezais e vida marinha, há desinformação descabida na superfície do noticiário defendido pelos ambientalistas: Não se trata de potencial exploração das margens da foz do Amazonas em Macapá – e sim dezenas de quilômetros da costa marítima além da foz.

Os defensores da atividade petroleira citam que o Amapá registra o 26º PIB do País, alto índice de suicídios entre jovens, sem perspectivas para estudo superior, emprego e renda; não tem um polo de entretenimento (a orla da foz, seu cartão postal, carece até de um passeio com gradil). Macapá não possui um shopping e um bom hotel 3 estrelas. Enquanto a vizinha Guiana Francesa, que autorizou a exploração, vive boom econômico há duas décadas, e a capital Caiena tornou-se a “Miami” do Norte da América do Sul.