A necropsia de cadáveres vem sendo feita em uma área ao ar livre na Polícia Técnico-Científica (Politec), na Zona Norte de Macapá, de acordo com uma vistoria realizada pelo Conselho Regional de Medicina do Amapá (CRM-AP) na sexta-feira (23).

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Em uma nota, o órgão afirmou que a sala destinada ao serviço “funciona normalmente”. No entanto, o local onde o procedimento deveria ser feito não possui exaustor de ar fresco para a mesa de autópsia, fazendo o ambiente ficar com um forte odor.

Na área externa da Politec, só há duas mesas para a realização do procedimento. Segundo o CRM, quando há mais de dois corpos para necropsia, a sala é utilizada mesmo sem o sistema de exaustão, fazendo com que os médicos trabalhem no ambiente insalubre.

As câmaras frias, onde os corpos deveriam ser mantidos e preservados, estavam desativadas, de acordo com a equipe. Durante a vistoria, haviam dois cadáveres em decomposição no chão do local.

Segundo Eduardo Monteiro, presidente do CRM-AP, um escâner para identificação de projéteis de arma de fogo também foi encontrado inoperante no local. “Esse equipamento foi doado pelo governo federal e, segundo informações, ele está há mais de 6 anos e nunca foi instalado. Está abandonado e provavelmente nem consiga mais funcionar”, relatou.

A fiscalização também identificou outras irregularidades, como infiltrações, fiação elétrica exposta, todos extintores de incêndio com data de validade vencida em 2015, falta de insumos e materiais para exames.

O CRM-AP pretende encaminhar os relatórios das vistorias realizadas em 2017 e neste ano para a direção da Politec, Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), Ministério Público Estadual (MP-AP), Ministério Público Federal (MPF) e à Justiça do Amapá.

“A gente busca que essas situações de não conformidade sejam reparadas para que tanto os profissionais que lá trabalham tenham uma condição melhor de trabalho, como o usuário que lá procure tenha um bom local de atendimento”, finalizou Eduardo Monteiro.