Amanda Azevedo atravessa um dos períodos mais consistentes de sua trajetória artística. Conhecida do grande público por dar vida à Luíza na série “De Volta aos 15”, da Netflix, a atriz, roteirista e diretora criativa vive uma fase marcada por amadurecimento e expansão criativa. Com escolhas mais conscientes e maior liberdade autoral, ela vem ampliando seu repertório ao se dedicar a projetos independentes e narrativas densas, transitando da comédia romântica ao suspense psicológico e à investigação policial, firmando-se cada vez mais no cinema e nos microdramas digitais.
Essa virada artística reflete um desejo claro de explorar personagens desafiadores e de estabelecer uma conexão mais íntima com o público. Entre os trabalhos recentes, Amanda protagonizou o curta Reflexos, exibido no TCL Chinese Theatre, em Los Angeles, durante o ScreamFest — um dos principais festivais de terror do mundo. O projeto contou com a colaboração de Eli Roth e direção de Ju Cassini, levando uma lenda urbana brasileira ao circuito internacional do gênero. Ao todo, a atriz já protagonizou cinco projetos ligados ao suspense.
Ela também está à frente de um novo longa-metragem que aborda o tema do feminicídio, contemplado pelo PROAC e com previsão de estreia para 2026. O filme integra um conjunto de trabalhos que evidenciam o compromisso da atriz com histórias urgentes e socialmente relevantes.
“Todo projeto tem seu poder de transformação e cada história contada traz novos aprendizados. Sempre busco me conectar com o propósito da narrativa, entender por que quero contar aquilo agora e o que tenho para contribuir com quem vai me assistir”, afirma.
Paralelamente, Amanda segue se destacando na comédia romântica, gênero no qual já conquistou prêmios e indicações, ampliando ainda mais sua versatilidade artística.
“Em 2020, comecei a explorar narrativas curtas, íntimas e sinceras, que misturavam poesia, humor e uma estética cinematográfica própria. O vertical me deu liberdade cênica e experimental para buscar ângulos improváveis, explorar closes. A comédia romântica é um gênero poderosíssimo para falar de comportamento humano: a gente se identifica, se questiona e se diverte”, explica.
Ao longo desse processo, Amanda passou a criar as próprias oportunidades, assumindo também os papéis de roteirista e diretora — um movimento alinhado a uma nova geração de atrizes que não espera apenas ser escolhida. Um dos principais exemplos dessa fase é a série autoral vertical “Histórias de Quase Amor pra Quem Tem Pressa”, que viralizou nas redes sociais ao ultrapassar 6 milhões de visualizações orgânicas.
O projeto garantiu à artista o prêmio de Melhor Microssérie e mais cinco indicações, incluindo Melhor Atriz de Comédia, no Rio Webfest. A obra mistura comédia romântica, estética retrô e reflexões sobre os afetos contemporâneos, reafirmando o domínio da atriz sobre novas linguagens e formatos.
Vivendo um ano de intensa produção e circulação por festivais, Amanda define o momento atual como um período de liberdade, coragem e catarse criativa. Aos quase 30 anos, constrói uma trajetória pautada por escolhas mais conscientes, maturidade e um olhar atento ao tempo das histórias.
“Criar faz parte da minha energia vital. Minha mente é curiosa e meu coração inquieto. Chego aos meus quase 30 sem pressa, olhando com entusiasmo para minhas novas versões, hoje mais corajosa, criativa e inventiva. Às vezes a gente fica esperando o grande momento, mas ele acontece agora, construído dia após dia”, afirma.
“Foi um ano de muito trabalho, dedicação e resiliência. Tripliquei minha carga horária, me dividindo em diferentes frentes criativas, mas com um propósito muito claro: manter minha atriz viva. É a partir dela que me expresso e me comunico melhor com o mundo. Parei de ter medo de ocupar os lugares que sinto que pertenço e, quando me abri, o brilho foi natural e o reconhecimento, consequência”, completa.
Amanda Azevedo iniciou sua trajetória artística aos sete anos, no teatro, e soma mais de duas décadas de atuação entre palco, cinema, televisão e plataformas digitais. Referência em storytelling digital, ela vem explorando formatos verticais e narrativas curtas pensadas para redes como TikTok e Instagram, unindo linguagem cinematográfica, espontaneidade e forte conexão com o público.
Para 2026, a artista já está em preparação de sua próxima criação: um projeto que amplia o olhar sobre o afeto ao abordar não apenas o amor romântico, mas também as amizades femininas na vida adulta, desenvolvido em parceria com outras duas atrizes.